TEXTO ÁUREO
“[…] Disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.2,3)
VERDADE PRÁTICA
A oração e o jejum são disciplinas espirituais que potencializam sensivelmente a vida piedosa do crente.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Rs 8.47; Ne 1.6; Dn
9.3-15 A oração em forma de verdadeira confissão
e se, na terra aonde forem levados cativos, caírem em si e se converterem, e, na terra do seu cativeiro, te suplicarem, dizendo: "Pecamos, procedemos mal e cometemos iniquidade";
1 Reis 8:47
Estejam atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para que atendas a oração do teu servo, que hoje faço diante de ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos. Faço confissão dos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti. Eu e a casa de meu pai pecamos.
Neemias 1:6
Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, vestido de pano de saco e sentado na cinza.
Orei ao Senhor , meu Deus, e fiz a seguinte confissão: — Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos,
nós temos pecado e cometido iniquidades. Procedemos mal e fomos rebeldes, afastando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos.
Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo da terra.
A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós cabe o corar de vergonha, como hoje se vê, a saber, aos homens de Judá, aos moradores de Jerusalém, a todo o Israel, tanto os de perto como os de longe, em todas as terras para onde os expulsaste, por causa das transgressões que cometeram contra ti.
Ó Senhor , a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti.
Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos rebelamos contra ele
e não obedecemos à voz do Senhor , nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por meio dos seus servos, os profetas.
Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei e se desviou, deixando de ouvir a tua voz. Por isso, as maldições que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, e que foram confirmadas com juramento, se derramaram sobre nós, porque pecamos contra ti.
Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, e fez vir sobre nós um grande mal. Nunca antes, debaixo do céu, havia acontecido algo como o que aconteceu com Jerusalém!
Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio. Mas mesmo assim não temos implorado o favor do Senhor , nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade.
O Senhor tinha preparado esse mal e o fez cair sobre nós, pois o Senhor , nosso Deus, é justo em tudo o que faz, e nós não obedecemos à sua voz.
— Ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa e adquiriste a fama que tens até o dia de hoje, nós temos pecado e cometido iniquidade.
Daniel 9:3-15
Terça – Sl 45.1-8; Mt 14.33; Ap 4.11 A oração em forma de verdadeira adoração
O meu coração transborda de belas palavras. Ao rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de um hábil escritor.
O senhor, ó rei, é o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se extravasou nos seus lábios; por isso, Deus o abençoou para sempre.
Cinja a espada no seu flanco, herói; cinja a sua glória e a sua majestade!
E nessa majestade cavalgue vitoriosamente, pela causa da verdade e da justiça; e a sua mão direita lhe ensinará proezas.
As suas flechas são afiadas e penetram o coração dos inimigos do rei; os povos caem submissos aos seus pés.
O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de justiça é o cetro do teu reino.
O senhor, ó rei, ama a justiça e odeia a iniquidade; por isso, Deus, o seu Deus, o ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos seus companheiros.
Todas as suas roupas cheiram a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que o alegram.
Salmos 45:1-8
E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: — Verdadeiramente o senhor é o Filho de Deus!
Mateus 14:33
"Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por tua vontade elas vieram a existir e foram criadas."
Apocalipse 4:11
Quarta – Êx 15.20,21; 2 Sm 23.1-7
A oração em forma de verdadeiras ações de graças
A profetisa Miriã, irmã de Arão, pegou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças.
E Miriã lhes respondia: Cantem ao Senhor , porque triunfou gloriosamente e lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
Êxodo 15:20,21
São estas as últimas palavras de Davi: Palavra de Davi, filho de Jessé; palavra do homem que foi exaltado, do ungido do Deus de Jacó, do suave salmista de Israel.
O Espírito do Senhor fala por meio de mim; e a sua palavra está na minha língua.
O Deus de Israel falou, a Rocha de Israel me disse: "Aquele que governa o povo com justiça, que domina no temor de Deus,
é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva."
Não é assim que a minha casa está para com Deus? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em tudo bem-definida e segura. Não me fará ele prosperar toda a minha salvação e toda a minha esperança?
Porém os homens malignos serão todos lançados fora como os espinhos, pois não podem ser tocados com as mãos;
mas quem quer tocá-los se arma de ferro e da haste de uma lança; e serão totalmente queimados no fogo ali onde estão.
2 Samuel 23:1-7
Quinta – Mt 6.5-6 A oração do
cristão deve ser humilde e discreta
Sexta – Lc 2.37; At 13.2,3 Oração
e Jejum: uma combinação divina
Agora era viúva de oitenta e quatro anos. Ela não deixava o templo, mas adorava noite e dia, com jejuns e orações.
Lucas 2:37
Enquanto eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: — Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram.
Atos 13:2,3
Sábado – 2 Co 6.5; 11.27 O jejum com o um ato deliberado e voluntário
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 6.5-18
5 – E , quando orares, não sejas
como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e nas
esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão.
6 – Mas tu, quando orares, entra
no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está
oculto; e teu Pai, que ve o que está oculto, te recompensará.
7 – E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem , serão ouvidos.
8 – Não vos assemelheis, pois, a
eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vos lhe pedirdes.
9 – Portanto, vós orareis assim :
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.
10 – Venha o teu Reino. Seja
feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.
11 – O pão nosso de cada dia
dá-nos hoje.
12 – Perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
13 – E não nos induzas à
tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória,
para sempre. Amém!
14 – Porque, se perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós.
15 – Se, porém , não perdoardes
aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas
ofensas.
16 – E, quando jejuardes, não vos
mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que
aos homens pareça que jejuam . Em verdade vos digo que já receberam o seu
galardão.
17 – Porém tu, quando jejuares,
unge a cabeça e lava o rosto,
18 – para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
Hinos Sugeridos: 33, 77, 577 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus ensinou largamente
a respeito da oração e jejum. Nesse sentido, a Palavra de Deus tem orientação
de como orar e jejuar, o que significa que quando executamos essas duas
práticas piedosas, de acordo com o que Jesus ensinou, temos a certeza de que
Deus não estará indiferente às aspiração da alma, isto é, às nossas orações.
Perseveremos Na oração e no jejum
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Conceituar a oração com o um
diálogo com o Pai;
II) Explicar a oração que Jesus
ensinou;
III) Relacionar oração e jejum.
B) Motivação: Além de ser um
instrumento de relacionamento com Deus, a oração também nos dá a oportunidade
de ajudar outras pessoas por meio da intercessão. O jejum, além de ser uma
ferramenta em tempos de batalha, nos ensina a autodisciplina
C) Sugestão de Método: Estamos na
lição 9. Sugerimos uma revisão dos temas que estudamos até aqui antes de
iniciar o presente estudo. Passamos por muitos temas até aqui: conceito do
Sermão do Monte; influência cristã; a relação de Jesus e a Lei; O Casamento; a
Retribuição; a virtude de ser verdadeiro. Mostre que o Sermão do Monte forma o
nosso caráter.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após estudar a
presente lição, desafie a classe para a prática da oração e do jejum. Proponha
uma sugestão de temas de oração para os alunos orarem Se houver algo difícil
que esteja acontecendo na vida de um aluno, proponha um dia de jejum por aquela
vida ou pela classe, se esse for o caso. Oremos e jejuemos!
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.40 você encontrará um
subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final
dos tópicos, você encontrará dois auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula
1) O texto “ E, orando”,
localizado ao final do segundo tópico é uma reflexão ampliada a respeito da
oração;
2) O texto “ Quando Jejuardes…” ao final do terceiro tópico, traz uma proposta de aplicação a respeito da importância do perfeito entendimento da prática do Jejum segundo ensinamento revelado pelo Senhor Jesus Cristo no texto do Sermão do Monte.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, aprenderemos acerca da oração conforme ensinada por Jesus Cristo, bem como as lições espirituais do jejum. O Divino Salvador nos assegura que, orando e jejuando ao Pai em secreto, Ele não estará indiferente às aspirações da alma, isto é, às nossas orações. Contudo, é imprescindível que a oração e o jejum sejam realizados da maneira que Jesus ensinou. Por isso, estudaremos o modelo verdadeiro de oração e jejum ensinado pelo Senhor Jesus no Sermão do Monte
Palavra-Chave: ORAÇÃO
I – A ORAÇÃO É UM DIÁLOGO COM O
PAI
1- A natureza da oração.
Podemos dizer que a oração é o diálogo da alma com Deus, a qual aparece na Bíblia Sagrada em diversas formas com o confissão (1 Rs 8.47; Ne 1.6; Dn 9.3-15), adoração (SI 45-1,8; Mt 14.33; Ap 4.11), comunhão (Gn 18.33; Êx 25.22; 31.18), ações de graças, feito de modo belo por Miriã (Êx 15.20,21), Débora (Jz 5) e Davi (2 Sm 23.1-7). No Novo Testamento, Paulo exortou os cristãos a fazerem sempre esse tipo de oração (Fp 4.6; Cl 4.2; Ef 5.20). Pelo exposto, e em primeiro lugar, o que deve marcar prioritariamente nossas orações é a busca da glorificação do Pai (Mt 6.9). Mas também devemos pedir, suplicar e perseverar em nosso pedido, com o Daniel (Dn 6.10) e a mulher siro-fenícia fizeram (Mt 15.21-28). Há resposta de Deus para quem o busca incessantemente (Lc 18.1-8), conforme o apóstolo Paulo nos incentiva a fazer (Ef 6.18; 1 Tm 2.1,2). Finalmente, podemos ainda pontuar a oração intercessora com o exemplo de Samuel (1 Sm 12.23), bem como o da Igreja Primitiva (At 12.5).
2- Como os homens de Deus viam a oração?
A Bíblia nos incentiva a orar porque há poder nesse maravilhoso recurso espiritual, o qual não podemos desprezar. Logo que lemos a Bíblia, percebemos que a oração é apresentada como uma ordem (Lc 18.1; 1Ts 5.17; 1Tm 2.8 ). No Antigo Testamento, por exemplo, Esdras via a oração como um recurso mais poderoso que o exército do rei Artaxerxes (Ed 8.21-23). No Novo Testamento, o Senhor Jesus tinha a oração como tão necessária quanto o sono e o alimento (Mt 4.2; Lc 6.12; Mc 1.35); e os apóstolos também perseveravam em oração (At 6.4).
3- A maneira de orar.
A Bíblia
nos ensina que a oração tem um interlocutor direto: “ Portanto, vós orareis
assim : Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9).
Por isso, não podemos orar de qualquer maneira. É preciso ter a mesma atitude
dos discípulos a respeito da forma de orar: “ Senhor, ensina-nos a orar” (Lc
11.1). E a Palavra de Deus nos ensina a respeito da maneira de orar:
a) A quem a oração deve ser
dirigida? A oração deve ser dirigida a Deus Pai em nome de seu Filho, Jesus
Cristo (Ne 4.9; Jo 16.23,24).
b) A postura do corpo na oração.
Não há uma exigência específica na Bíblia a respeito da postura do crente no
ato da oração, pois as Escrituras revelam formas diversas de orar: em pé,
deitado, prostrado, assentado, andando, de joelhos, com as mãos estendidas etc
(Is 38.2; 1 Rs 8.54 ).
c) O horário da oração. Ter um
horário regular para falar com Deus é bíblico e bom (SI 55.17; Dn 6.10; At
3.1), mas a Bíblia também diz que devemos orar sempre (Lc 18.1; Ef 6.18).
d) O lugar da oração. Jesus disse
que podemos orar secretamente em nosso aposento (Mt 6.6 ) ou noutro lugar
solitário (Mc 1.35). A ideia é de intimidade, de momentos a sós com Deus. O
apóstolo Paulo diz que podemos orar em todo lugar (1T m 2.8).
e) O decoro na oração. O decoro
diz respeito à sinceridade, decência e reverência no ato de orar (At 2.1,2).
f) O estado do coração na oração. Se o coração estiver transformado e cheio da Palavra de Deus, nossa oração será ouvida (Jo 15.7).
SINOPSE I
Na oração devemos glorificar a Deus e suplicar ao Senhor a respeito de nossas dificuldades.
II – A ORAÇÃO QUE JESUS ENSINOU
1- Jesus não condenou a oração em público.
No texto bíblico em estudo, o Senhor Jesus não condenou a oração pública, visto que pelo aspecto bíblico ela é aceitável e recomendada (2 Cr 6.12-42; At 4.24-31). O que Jesus condena é a oração, quer individual, quer coletiva, dominada pelo espírito de exibição, ostentação, cuja intenção do “orador” é ser visto e louvado pelos homens, o que os hipócritas fariseus buscavam (Mt 6.5; Lc 18.9-14). Um cristão transformado por Jesus anda em sinceridade com Cristo, não busca glória para si e age com humildade.
2- Jesus quer que sejamos discretos.
As expressões“ entra no teu aposento” e “fechando a tua porta” (Mt 6.6 ) não significam que devemos ter um quarto só para a oração. É claro que podemos fazer de algum cômodo de nossa casa um local particular para falarmos com o Pai. Contudo, no ensino de Cristo em Mateus 6.5,6, sua ênfase não é o lugar, mas a atitude de quem ora. Esse lugar secreto traz o sentido de que quem tem a mente e coração transformados orará a Deus de modo humilde e sincero, sem buscar aplauso dos homens. Para o cristão, o lugar secreto é visto com o especial a fim de se afastar do mundo e estar sozinho com Deus. Ele sabe que a sua recompensa não vem de homens, mas do Pai que está nos céus.
3- Não useis de vãs repetições nas orações.
Quando a oração é balbuciada apenas em palavras vazias perde o foco, que é Deus, e se firma nas vãs repetições. Sobre esse assunto, Cristo novamente combate os escribas, os quais faziam longas orações (Mc 12.40; Lc 20.47). Não é verdade que o Senhor desprezava longos períodos de oração, pois na Bíblia encontramos esse tipo de oração (2 Cr 6.14-42; Ne 9; Sl 18); mas o que Ele contraria aqui é a atitude de alguém achar que quanto mais fizer barulho, Deus lhe ouvirá. Esse procedimento era peculiar dos pagãos, com o bem se observa no caso dos profetas de Baal (1 Rs 18.25-29). Ora, na Bíblia encontramos orações curtas feitas pelos homens de Deus, com verdadeiro sentimento, e que foram respondidas prontamente, como por exemplo: Salomão (1 Rs 3.6-12); Ezequias (2 Rs 19.14-20). Oração que tem repetição, mas que não envolve futilidade, o mecanicismo o, tem seu valor e é aceitável, pois assim Jesus orou (Mt 26.36-46). Quando entregamos tudo nas mãos de Deus em oração sincera e humilde, Ele cuida de nós.
SINOPSE II
O Senhor Jesus não condena a oração pública. Entretanto, a oração deve apresentar discrição em sua prática, bem como não ser conduzida por vãs repetições.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“E, orando (Mt 6.7-13). Jesus não deu aos seus discípulos o que chamamos de Oração do Senhor para que nós repetíssemos juntos quando nos reuníssemos na igreja. Ele a ensinou com um modelo, mostrando como cada um de nós deve orar ‘em segredo’. Isso não quer dizer, é claro, que não devemos usá-la na igreja. O que isso significa é que precisamos explorar a oração padrão para discernir o que ela ensina, a você e a mim, sobre o desenvolvimento de um relacionamento “secreto” mais profundo com o nosso Deus. O desafio para explorar o significado é claro na comparação de Cristo com os pagãos, ‘que pensam que, por muito falarem, serão ouvi que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos” por causa de suas “vãs repetições’ (v. 7). Deus deseja que compreendamos a natureza da oração, e que dotemos a nossa oração de significado” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.560).
III – ORAÇÃO E JEJUM
1- Oração e jejum: uma combinação perfeita.
Em inúmeras passagens bíblicas podemos notar que a oração e o jejum estão bem combinados (1 Sm 7.5,6; 2 Cr 20.3,5; Ed 8.21-23; Ne 1.4; 9.1; Lc 2.37; At 13.2,3). Por meio das Escrituras, podemos dizer que a oração e o jejum são vistos como atos que revelam disciplina, autonegação e humilhação, e mostram também dependência total de Deus em momentos mais extremos, quando precisamos buscá-lo para resolver um problema específico ou receber uma determinada orientação.
2- O aspecto bíblico sobre o jejum.
Na Bíblia, há três eventos que caracterizam a necessidade do jejum: o ato de humilhar-se, que, por meio da confissão, acontecia por causa da tristeza do pecado (Dt 9.18; Jn 3.5); o da lamentação, fosse por causa de um mal sofrido, fosse por alguma praga, uma derrota sofrida em uma batalha ou uma ameaça (Jz 20.26; Ne 1.4; Et 4.3); e o evento espiritual de grande concentração de fiéis, como no caso do envio de missionários e a escolha de homens para obra (At 13.2,3; 14.23). Pela Lei Mosaica havia um jejum anual, no dia da expiação (Lv 16.29-34; Nm 29.7-11; At 27.9). Essa prática se multiplicou em diversas formas: do nascer ao pôr do sol (Jz 20.26); jejum de sete dias (1 Sm 31.13); de três semanas (Dn 10.3); de quarenta dias (Êx 34.2,28; 1 Rs 19.8); nos meses quinto e sétimo (Zc 7.5). Diante disso, os judeus decidiram jejuar duas vezes por semana, o que se tornou uma prática degenerada por causa do orgulho, como no caso dos fariseus (Lc 18.12). Entretanto, o Senhor Jesus não estabeleceu dias fixos sobre o jejum. Ele jejuou de modo espontâneo, tendo como objetivo principal estar mais preparado e sensível à missão para a qual fora enviado pelo Pai (Mt 4.2), jamais por mera tradição.
3- O ensino de Jesus sobre o jejum .
Segundo o Sermão do Monte, entendemos que a prática do jejum é livre, um ato voluntário, espontâneo, isso porque deve nascer do desejo genuíno da alma com motivos especiais, quer seja diante do perigo, quer seja diante da tristeza ou da tentação (Mt 9.14,15). No texto de Mateus 6.16-18, o ensino do jejum também é a respeito da humildade e discrição na prática. Para jejuar não é preciso desfigurar o rosto e ostentar espiritualidade, pois nosso Senhor ensina: “unge a cabeça e lava o rosto” (Mt 6.17). Assim como a oferta e a oração, o jejum não pode ser usado para atrair os olhares humanos, pois trata-se de uma prática piedosa diante do Pai. Toda prática verdadeiramente piedosa busca a glória de Deus.
SINOPSE III
A oração e jejum são duas disciplinas que se combinam perfeitamente
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“Quando jejuardes, não vos
mostreis contristados (6.16). Somente um dia de jejum é ordenado no Antigo
Testamento, o Dia da Expiação (Lv 16.29-31; 23.27-32). Ainda assim, o jejum
fazia parte da vida social e religiosa de Israel. Os indivíduos e grupos
jejuavam como um sinal de humildade e confissão (SI 35.13; Is 58.3,5; Dn
9.2-19; Jn 3.5), ou como indicação de desespero na oração (2 Sm 1.12; Ed
8.21-23; Et 4.16). Depois do exílio na Babilônia, foram introduzidos jejuns
comemorativos (Zc 7.3-5; 8.19). Na época de Jesus, os fariseus jejuavam
voluntariamente duas vezes por semana (Lc 18.12),todas as segundas-feiras e
quintas-feiras. No entanto, muitos dos que jejuavam asseguravam-se de que os
demais soubessem que eles estavam realizando este ato devoto, assumindo uma
atitude abatida, pulverizando cinzas sobre as suas cabeças ou deixando de lavar
e de ungir os cabelos. […] Mas tudo isto é inútil. […]
[Jesus] Ele simplesmente está nos lembrando de que quando uma pessoa jejua, ela deve fazer isso com o um ato de adoração e não para a sua autopromoção. Este é um bom princípio para aplicar em todas as nossas atividades ‘religiosas’. O que quer que façamos, deve ser motivado por um desejo de agradar a Deus e não pela preocupação com o que os outros pensarão de nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.32)
CONCLUSÃO
O cristão que conhece a Palavra de Deus sabe da importância da oração e do jejum como exercícios espirituais (1 Tm 4.8). Pela prática de ambos, o crente estará mais sensível ao Espírito Santo, de modo que sua realização traz constantes benefícios para a nossa vida espiritual, especialmente diante de um mundo materialista e utilitarista.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Segundo a lição, o que é oração?
A oração é o diálogo da alma com Deus.
2- Por que a Bíblia nos incentiva a orar?
A Bíblia nos incentiva a orar porque há poder nesse maravilhoso recurso
espiritual, o qual não podemos desprezar.
3- Em relação à oração, o que Jesus condena?
O que Jesus condena é a oração, quer individual, no templo ou na
rua, dominada pelo espírito de exibição, ostentação, cuja intenção é ser visto
e louvado pelos homens.
4- O Senhor Jesus condenou períodos longos de oração?
Justifique. Não é verdade que o Senhor desprezava
longos períodos de oração, pois na Bíblia encontramos esse tipo de oração (2 Cr
6.14-42; Ne 9; SI 18); mas o que Ele contraria aqui é a atitude de alguém achar
que quanto mais fizer barulho, Deus lhe ouvirá.
5- Cite os três eventos que justificam o jejum segundo a lição.
Na Bíblia, há três eventos que caracterizam
a necessidade do jejum: o ato de humilhar-se, que, por meio da confissão,
acontecia por causa da tristeza do pecado (Dt 9.18; Jn 3.5); o da lamentação,
fosse por causa de um mal sofrido ou de alguma praga que viria, uma derrota
sofrida em uma batalha ou uma ameaça (Jz 20.26; Ne 1.4; Et 4.3); e o evento
espiritual de grande concentração de fiéis, com o no caso do envio de
missionários e a escolha de homens para obra (At 13.2,3; 14 23).
ENSINADOR CRISTÃO, 89, Página 40
As disciplinas da oração e
do jejum também estão no mesmo contexto das esmolas tratadas em Mateus 6.1-4.
Essas duas práticas são piedosas, e servem de ferramentas espirituais para
fortalecer os seguidores de Jesus. Por isso, essas duas práticas não podem ser
praticadas num contexto banal. Nosso Senhor orou e jejuou. Por isso, espera-se
que seus discípulos orem e jejuem de maneira piedosa.
É preciso fortalecer a prática
da oração e do jejum
De tempos em tempos,
pessoas procuram enfraquecer práticas ordinárias na vida da Igreja ao longo da
história. A oração e o jejum entre essas práticas que de tempos em tempos são
enfraquecidas por discursos teológicos que oferecem uma graça barata que
despreza a disciplina espiritual, a perseverança e a busca espiritual mais
profunda diante de Deus.
Vivemos tempos difíceis e,
por isso, as práticas da oração e do jejum são ferramentas que os líderes
espirituais devem estimular para o uso da Igreja de Cristo.
A oração é um diálogo com
Deus em que o crente pode derramar diante do Senhor tudo o que pesa em seu
coração. Não por acaso, nosso Senhor ensinou os seus discípulos a orar. Na
oração modelo de Jesus, os discípulos aprendem a glorificar o Pai Celeste, que
a vontade de Deus seja feita em nossas vidas, que as nossas necessidades sejam
supridas, que os nossos pecados sejam perdoados e que nos livre da tentação.
Todos esses tópicos dão contam de toda a realidade de nossa vida neste mundo.
O jejum é uma disciplina
espiritual que nos mostra, ao menos, duas questões: 1) diante de uma situação
difícil podemos chegar a Deus para lhe pedir um escape; 2) um excelente
exercício de autodisciplina, preparando o nosso corpo, alma e espírito para
resistir na hora da tentação. Essa prática é milenar na rica tradição
espiritual da Igreja de Cristo ao longo da história. Por isso, podemos aprender
com o passado a respeito de sua prática e constatar o quanto que a nossa vida
espiritual pode ser revolucionada se perseverarmos nas práticas da oração e do
jejum.
Uma aplicação
Nossas igrejas locais ainda costumam ter manhãs de
consagração, onde a oração e o jejum são as duas disciplinas em destaque. Por
isso, incentive a classe a frequentarem as reuniões de consagração, círculos de
oração, rosto no pó, ou seja, todas as reuniões que priorizam a oração e jejum.
E preciso buscar ao Senhor para resistir o dia mal.
Pb. Rogério Faustino
Neweb