Lição 6: A Imaturidade Espiritual Dos Coríntios
OBJETIVOS
1 – MOSTRAR que os coríntios eram imaturos na vida cristã;
2 – REFLETIR a respeito do que pode nos impedir de crescer na fé;
3 – COMPREENDER o perigo da estagnação na fé.
TEXTO DO DIA
“E eu, irmãos, não vos pude falar como
espirituais, mas como carnais, como a meninos em Cristo.” (1 Co
3.1)
SÍNTESE
A imaturidade espiritual traz muitos prejuízos para a Igreja, como as dissensões.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Hb 5.13 O que se alimenta de leite é menino
TERÇA – Hb 5.14 O mantimento sólido é para os
maduros
QUARTA – Hb 6.1 Prosseguindo até a perfeição
QUINTA – 1 Pe 2.2 O leite racional que nos faz
crescer
SEXTA – Os 6.3 Prosseguindo em conhecer a Deus para
continuar crescendo
SÁBADO – Pv 4.18 O crescimento dos
justos
INTERAÇÃO
Professor(a), inicie a lição fazendo as
seguintes indagações: “Quais são as características de uma pessoa imatura na fé
cristã?” “O que demonstrava a imaturidade cristã dos coríntios?” Ouça os alunos
com atenção e incentive a participação de todos. Diga aos alunos que uma pessoa
imatura, cuja fé não está alicerçada na Palavra de Deus, em geral é levada por
qualquer vento de doutrinas.
Explique que precisamos crescer na fé cristã
e que o nosso crescimento também é demonstrado mediante os nossos frutos,
atitudes. Nosso modo de falar, pensar e agir deve ser coerente com os ensinos
de Jesus, pois somos seus discípulos. Depois, comente que a imaturidade
espiritual dos crentes traz muitos prejuízos para a Igreja. No caso da igreja
em Corinto, havia muitas dissensões, e tais contendas estavam impedindo o
avanço da obra de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), uma das ênfases da
lição deste domingo é a questão da imaturidade espiritual dos coríntios. Paulo,
com amor, mas de modo firme, chama a atenção dos crentes enfatizando que eles
ainda se comportavam como crianças, meninos na fé. Os membros da igreja em corinto
não estavam saudáveis na fé.
Uma prova de tal afirmação é o fato de que
havia constantes discussões, partidarismos e disputas entre eles. Por isso,
sugerimos que para a aula de hoje, você faça uma “mesa redonda” com seus alunos
e debata sobre o que pode impedir o crescimento do crente na fé cristã. Discuta
também as consequências para o Reino de Deus quando uma igreja tem muitos
crentes imaturos e raquíticos espiritualmente. Deixe-os falarem, incentivando a
participação de todos. Contudo, depois de alguns minutos, busque sintetizar e
organizar as ideias do primeiro tópico da lição.
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 3.1-5
1 E eu, irmãos, não vos pude falar como
espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.
2 Com leite vos criei e não com manjar,
porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis.
3 Porque ainda sois carnais, pois, havendo
entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não
andais segundo os homens?
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e
outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais?
5 Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão
ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?
INTRODUÇÃO
A Igreja foi edificada para dar continuidade
à missão de Cristo, de pregar o Evangelho a toda criatura. No entanto, algumas
pessoas da igreja em Corinto estavam na contramão desse propósito divino, pois ainda eram
imaturos, vivendo de acordo com as obras da carne. Paulo afirma que a
imaturidade de alguns era um empecilho para o cumprimento da Grande Comissão.
Nesta lição, veremos por que os irmãos da igreja em Corinto tinham uma vida
cristã imatura. Observaremos que a imaturidade deles estava impedindo o crescimento
e o avanço da obra de Deus, prejudicando a comunhão com o Senhor e entre os
membros da igreja.
I – OS CORÍNTIOS ERAM
IMATUROS NA VIDA CRISTÃ
1. Os cristãos em Corinto ainda eram carnais (v. 1).
Os crentes de Corinto tinham pouco tempo de conversa. Eles
saíram do paganismo e do judaísmo, mas o paganismo e o judaísmo ainda não
haviam saído deles. Estavam há pouco tempo na difícil caminhada cristã e muitos
dos desejos carnais ainda dominavam suas vidas.
Paulo ressalta que a igreja ainda possuía
muitos comportamentos carnais e, como consequência, tinha uma fé exclusivista,
fechada e egoísta. O apóstolo critica essa fragilidade da fé dos coríntios e os exorta a deixarem a infantilidade
espiritual para alcançarem a maturidade cristã. Como os coríntios daquela época, atualmente, muitos se
comportam da mesma maneira. Sem uma base sólida de fé, alicerçada na
Palavra de Deus, são levados por qualquer vento de doutrina.
2. Os coríntios são chamados de crianças espirituais.
Toda
analogia é incompleta e precisa ser tratada com cuidado. Por exemplo, Pedro
também usa a figura da criança, mas no sentido positivo: “Desejo afetuosamente,
como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que,
por ele, vades crescendo” (1 Pe 2.2). Jesus também a usou no sentido positivo:
“Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma
criança não entrará nele” (Lc 18.17).
Pedro destaca o apetite saudável pelo leite
racional, ou seja, o alimentar-se da Palavra de Deus. Enquanto Jesus destaca a
simplicidade e a humildade de uma criança. Mas diferente de Pedro e de Jesus,
Paulo compara os coríntios com uma criança no sentido negativo, na sua
incapacidade de compreender a seriedade do Evangelho
3. O cristão infantil não pode se alimentar de alimento sólido (v.2).
Paulo afirma que devido à imaturidade dos coríntios, ele teve de alimentá-los com leite. O autor
da Carta aos Hebreus afirma que “qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é menino (Hb 5.13).” O
alimento sólido é somente para os adultos que “têm os sentidos exercitados para
discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.14).
Os coríntios estavam em um processo lento de
crescimento, mas se achavam adultos e prontos. No entanto, estavam equivocados.
Paulo os chama de crianças na fé. Para uma criança não se pode dar algo mais
forte do que ela seja capaz de ingerir. Por isso, sempre há necessidade de
cuidados especiais. A maneira como Paulo fala na carta demonstra esse cuidado.
Pessoas espiritualmente imaturas não suportam ser corrigidas e, geralmente,
distorcem as palavras e os ensinos recebidos.
PENSE
Como você reage diante de uma repreensão?
PONTO IMPORTANTE
Pessoas espiritualmente imaturas não suportam
ser corrigidas.
II – O QUE PODE NOS
IMPEDIR DE CRESCER NA FÉ
2. Alimentar o sentimento de inveja (v. 3).
Uma das principais paixões
humanas que os crentes imaturos e carnais não conseguem controlar é a inveja. A
inveja produz contendas e dissensões na igreja. Infelizmente, esse sentimento
predominava entre os membros da igreja em coríntios. A inveja é uma paixão
humana, obra da carne, que interfere no julgamento do indivíduo, causando-lhe
um peso diante do sucesso dos outros.
A palavra “inveja” é formada pelos vocábulos
latinos in (dentro de) + videre (olhar), que indicam um olhar maléfico que
penetra no outro de forma destrutiva. O invejoso vive em função do que o outro
tem. Não importa que ele não tenha o objeto desejado, desde que o outro também
não possua. O cristão deve ser capaz de identificar esse sentimento e, por meio
do Espírito Santo, mantê-lo sob controle. Isso é um exemplo de maturidade
cristã.
2. Promover contendas e dissensões (v. 3).
Nem sempre as contendas e
dissensões são geradas pela inveja, podem ser suscitadas também pela ambição,
desejo de prestígio, soberba, dentre outros desejos, todos presentes na igreja
de Corinto. Em geral a inveja promove contendas e dissensões, não
permitindo que venhamos andar de maneira honesta e sincera diante de Deus e dos
irmãos em Cristo (Rm
13.13). As pessoas que costumam promover contendas e dissensões
são consideradas crianças espirituais e crentes carnais.
3. A falta de unidade.
Paulo via cada pessoa como parte de uma
grande unidade, o Corpo de Cristo, por isso ele partia do pessoal para o
comunitário. Os coríntios se moviam no sentido contrário, eles criaram divisões e
enfraquecem a unidade fraternal. A proposta de Paulo era o trabalho em equipe,
a igreja unida como um só corpo para a superação das divisões e partidarismos.
O apóstolo comenta a respeito do fato de
algumas pessoas dizerem: “Eu sou de Paulo” e outras afirmarem: “Eu sou de
Apolo”. Paulo assevera que ele e Apolo eram apenas ministros a serviço do Reino
de Deus, por isso faziam um trabalho de cooperação. Os coríntios, que não
sabiam trabalhar em unidade, defendiam o que achavam ser o mérito de cada um
dos líderes, enquanto estes apenas queriam unir suas forças em prol de um
objetivo comum: a expansão do Reino de Deus.
PENSE
A divisão e a contenda impedem o avanço do
Reino de Deus.
PONTO IMPORTANTE
A unidade promove o crescimento qualitativo e
quantitativo da igreja.
III – O PERIGO DA
ESTAGNAÇÃO NA FÉ
1.Substituir o verdadeiro fundamento imobiliza a fé (3. 10,11).
Paulo usa a figura do fundamento de um edifício para mostrar a
importância de estarmos edificados sobre a Rocha Eterna. Se o fundamento não
for bom e sólido, acaba por comprometer toda a construção.
O que Paulo combate em Corinto é o mau uso da razão com intenções
orgulhosas para obter resultados facciosos. Alguns membros, erroneamente,
utilizavam ensinos e preceitos fundamentados em valores da sociedade secular,
que não levavam em conta o Evangelho da cruz, e acabavam por gerar divisões e
contendas na igreja.
Paulo tomava como base a própria Escritura
para demonstrar que não se pode ir além da verdade do Evangelho, a salvação por
meio da cruz de Cristo. Alguns coríntios, por substituírem o fundamento lançado
por Paulo, estavam estagnados na fé. Por isso, o apóstolo faz uma séria advertência
aos crentes de Corinto e a todos os cristãos: “[…] Ninguém pode pôr outro
fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (v. 11).
2. Ignorar o juízo divino pode comprometer a vida eterna com Deus.
Paulo
adverte aos crentes de que todas as pessoas terão que prestar contas de suas
obras diante de Deus (vv.13-15). Provavelmente, ele traz a lembrança desse dia
porque os coríntios viviam como se esse dia não existisse. Eles estavam ignorando
o julgamento divino. Paulo declara que quem realiza a obra de Deus de forma
fraudulenta não ficará para sempre encoberto (1 Co 4.1-5).
3. O perigo de se gloriar na sabedoria humana (vv.18-23).
Os coríntios tinham
aparência de piedade, mas eram guiados pelo elevado conceito que possuíam
acerca de si mesmos. Paulo os adverte para não serem sábios aos próprios olhos, pois Deus apanha os
sábios em sua própria astúcia (vv.18,19). O problema aqui não é a capacidade
intelectual e cultural, mas em usá-los para sobrepor o próximo.
Como os coríntios, algumas pessoas se
vangloriam por terem sido influenciadas por pessoas que são consideradas
grandes intelectuais. No entanto, ignoram e menosprezam os que têm fé em Deus e
no sacrifício de Cristo. Em alguns ambientes intelectuais a fé tem sido alvo de
deboche e as pessoas que se apresentam como cristãos e tementes a Deus têm sido
humilhadas. Paulo exorta os coríntios para que não se gloriem na sabedoria
deste mundo, pois é loucura diante de Deus (vv.19-23).
SUBSÍDIO 1
“Em sua primeira visita, Paulo não pôde
ensinar aos crentes coríntios a verdadeira sabedoria espiritual. Embora eles
fossem batizados com o Espírito e exercessem os dons do Espírito, Paulo não pôde tratá-los como ‘a
espirituais’, isto é, como crentes plenamente dominados e dirigidos pelo
Espírito. Como as pessoas comuns, eles ainda eram muito carnais, muito
mundanos, dominados pelos desejos da carne e mente humana. Estavam agindo como
bebês espirituais que não tinham crescido nas coisas de Cristo. Eles não tinham
se desenvolvido espiritualmente ao ponto em que pudessem entender a verdadeira
sabedoria que ele quis ensiná-los.
Hebreus 5.13,14 identifica que os bebês
espirituais que se alimentam de leite não estão experimentados na Palavra da
justiça. Eles não alcançaram uma imaturidade em que exercitaram ‘para discernir
tanto o bem como o mal’. Estão familiarizados com ‘os rudimentos da doutrina de
Cristo, […] o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e
da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos
mortos, e do juízo eterno’ (Hb 6.1,2). Estas
doutrinas são importantes. Porém, os coríntios precisavam experimentar os
alimentos sólidos dos ensinos mais profundos da Bíblia, ensinos que têm a ver com a justiça e a
santidade” (HORTON, Stanley M. I e II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas
Soluções. Rio de Janeiro, CPAD, 1999, p. 40).
SUBSÍDIO 2
“A inveja, contendas e dissensões (implicando
rivalidade) entre os crentes coríntios provavam que eles ainda eram carnais
(gr. sarkikoi), dominados pelos desejos da carne e da mente, exatamente como os
incrédulos (cf. 1 Jo 2.16). Eles
estavam agindo como ‘meros homens’ – como seres humanos comuns, egocêntricos,
não renascidos e sem uma relação com Deus -, em vez de agirem como indivíduos
que são verdadeiramente guiados pelo Espírito de Deus.
Além disso, o fato de focalizarem os homens,
discutindo se deveriam seguir Paulo ou Apolo, ‘indicava que havia confusão
acerca da mensagem central do Evangelho’. Eles não viam a importância da cruz
no plano de Deus. Aparentemente, não eram muitos os que seguiram Paulo, como o
tom geral de 1 Coríntios indica. Do capítulo 5 em diante, Paulo não mais argumenta
acerca dos líderes humanos e lida com a assembleia coríntia como um todo, grande parte da
qual tinham se afastado dele” (HORTON, Stanley M. I e II Coríntios: Os
problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro, CPAD, 1999, pp.
40,41).
CONCLUSÃO
A imaturidade dos coríntios evidencia o
perigo da fragilidade da fé infantil e a necessidade do crescimento espiritual.
Eles ainda eram carnais, pois alimentava o sentimento de inveja e promoviam
contendas e dissensões na igreja. Portanto, precisamos nos manter firmes em
Jesus Cristo, buscar a sabedoria divina e cultivar uma vida de comunhão para
continuarmos a crescer até o Dia do Senhor.
HORA DA REVISÃO
1. Quais as consequências do comportamento carnal dos coríntios?
Uma das consequências era o fato de se tornarem um empecilho para o cumprimento da Grande Comissão.
2. O crente imaturo pode experimentar o alimento sólido?
Não. O cristão infantil não pode se alimentar de alimento sólido (v.2).
3. Segundo a lição, o que pode nos impedir de crescer na fé?
Alimentar o sentimento de inveja (v.3); promover contendas e dissensões (v.3) e a falta de unidade.
4. De acordo com a lição, defina inveja.
A palavra “inveja” é formada pelos vocábulos latinos in (dentro de) + videre (olhar), que indicam um olhar maléfico que penetra no outro de forma destrutiva.
5. O que a inveja produzia na igreja em Corinto?
Inveja na igreja em Corinto promoveu
contendas, partidarismo e falta de unidade.