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LIÇÃO 4 - A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

  

TEXTO ÁUREO

“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, 0 que Deus ajuntou não separe 0 homem.” (Mt 19.6)

VERDADE PRÁTICA

O padrão bíblico para o casamento é que ele seja heterossexual, monogâmico e indissolúvel.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Gn 1.27,28; 2.22-25 A natureza do casamento é monogâmica e vitalícia

Assim Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: — Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na. Tenham domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.


Gênesis 1:27,28

E da costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus formou uma mulher e a levou até ele.
E o homem disse: "Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; será chamada varoa, porque do varão foi tirada."
Por isso, o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Ora, um e outro, o homem e a sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.


Gênesis 2:22-25

Terça – Mt 19.4-6 A indissolubilidade do casamento

Jesus respondeu: — Vocês não leram que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher
e que disse: "Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne"?
De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, que ninguém separe o que Deus ajuntou.


Mateus 19:4-6

Quarta – Ml 2.15 O aspecto moral do divórcio

Não fez o Senhor somente um, mesmo que lhe sobrasse o espírito? E por que somente um? Porque buscava uma descendência piedosa. Portanto, tenham cuidado para que ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.

Malaquias 2:15

Quinta – Ml 2.16 Deus odeia 0 divórcio

Porque o Senhor , o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio e também aquele que cobre de violência as suas roupas, diz o Senhor dos Exércitos. Portanto, tenham cuidado e não sejam infiéis.

Malaquias 2:16

Sexta – Dt 24.1-4 O divórcio como permissão no AT

— Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele escrever uma carta de divórcio e a entregar à mulher, e a mandar embora;
e se ela, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem;
e se este passar a odiá-la, e escrever uma carta de divórcio e a entregar à mulher, e a mandar embora de sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,
então o primeiro marido dessa mulher, que a mandou embora, não poderá casar-se de novo com ela, depois que foi contaminada, pois é abominação diante do Senhor . Assim, vocês não farão pecar a terra que o Senhor , seu Deus, lhes dá por herança.


Deuteronômio 24:1-4

Sábado – Mt 5:32; 1 Co 7.10,11 As cláusulas de exceção no divórcio segundo o Novo Testamento

Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a se tornar adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.

Mateus 5:32

Aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido.
Mas, se ela se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie com o seu marido. E que o marido não se divorcie da sua esposa.


1 Coríntios 7:10,11

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 19.1-9

1 – E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galiléia e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão.

2 – E seguiram-no muitas gentes e curou- -asali.

3 – Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

4 – Ele, porém, respondendo, disse-Lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea

5 – e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?

6 – Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.

7 – Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?

8 – Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher, mas, ao princípio, não foi assim.

9 – Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

Hinos Sugeridos: 176, 213, 252 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO

A presente lição trata o divórcio de acordo com o contexto bíblico do Antigo e Novo Testamento. Outro ponto interessante é que a lição aborda dois aspectos a respeito do divórcio: o legal e o moral. E, finalmente, conclui com uma importante reflexão acerca da prática pastoral com pessoas divorciadas ou em processo de divórcio.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Expor o divórcio no contexto bíblico;

II) Pontuar os aspectos legal e moral do divórcio;

III) Refletir a respeito da prática pastoral com pessoas em situação de divórcio.

B) Motivação: O divórcio é um desafio em toda a igreja cristã. Mais desafiador ainda é não banalizar a prática do divórcio e, ao mesmo tempo, cuidar de maneira evangélica das pessoas que sofreram com o divórcio. 

C) Sugestão de Método: Estamos na quarta lição. Sugerimos que você faça uma revisão de pelo menos cinco minutos a respeito dos temas vistos até agora: As Sutilezas de Satanás contra a Igreja; A Sutileza da Banalização da Graça; A Sutileza da Imoralidade Sexual. Em seguida, apresente o assunto do divórcio como uma extensão da lição anterior a respeito da imoralidade sexual. Procure contextualizar a classe com o tema.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Vimos que o padrão bíblico para o casamento tem a ver com a sua indissolubilidade. Entretanto, é possível que em sua classe haja problemas na área do casamento. Por isso, ao final da aula, faça uma oração, apresentando a vida conjugal de seus alunos. Reserve esse momento para apresentar a Deus as demandas conjugais da classe.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Contextualização da questão do divórcio em Mateus 19” amplia a exposição bíblica do divórcio;

2) O texto “A Interpretação de Jesus Cristo”, localizado após o segundo tópico, traz uma conclusão a respeito do aspecto doutrinário do divórcio.

INTRODUÇÃO

O divórcio é entendido como um ato por meio do qual o casamento é dissolvido. Nesse aspecto, o divórcio é a dissolução absoluta da aliança conjugal, tendo como resultado a anulação de seus efeitos civis. Dependendo da cultura, dos pressupostos religiosos praticados e da motivação que levou a ruptura do casamento, a prática do divórcio pode permitir os cônjuges contrair um novo casamento ou não. A lição de hoje fará uma análise sobre 0 divórcio no contexto das culturas bíblica e contemporânea. Devido à tendência contemporânea de vulgarizar o divórcio, tornando-o banal e normal, a presente lição tomará como padrão aquilo que as Escrituras Sagradas ensinam sobre esse assunto. Também se orientará por aquilo que o nosso documento confessional, a Declaração de Fé, ensina e orienta sobre o divórcio.

Palavra-Chave: DIVÓRCIO

I – O DIVORCIO NO CONTEXTO BÍBLICO

1- O divórcio no contexto do Antigo Testamento. 

Na Antiga Aliança, o plano de Deus para a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28; 2.22-25). O profeta Malaquias afirmou que Deus odeia o divórcio (Ml 2.16 – NAA). Contudo, em certos casos, o divórcio era previsto e em outros aparece como uma permissão (Dt 24.1-4). Em Deuteronômio 24.1-4,0 texto afirma que uma das condições para o divórcio era o marido encontrar “coisa feia” na esposa. A expressão hebraica ‘erwat dãbãr, traduzida como “coisa feia”, possui o sentido de “nudez ou coisa vergonhosa”. O texto não especifica o que significa essa expressão. Isso deu margem para uma série de debates pelas escolas rabínicas, que a interpretavam de diferentes modos. No entanto, fica claro que não se tratava do adultério, que no tempo de Moisés era punido com a morte (Dt 22.22). Fica claro também que, após o divórcio, a mulher poderia se casar com outro homem e que, nesse caso, ela não estaria cometendo adultério. Em outras palavras, em tal circunstância, o seu segundo casamento era legítimo. Mas, seu primeiro marido, de quem ela havia se divorciado, não poderia se casar novamente com ela.

2- O divórcio no contexto do Novo Testamento. 

No texto de Mateus capítulo 19, Jesus mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt 19.4-6). Ele também rejeita todas as outras razões ou motivos dados pelos Fariseus (Mt 19.7-9) para justificar o fim do casamento, inclusive a “coisa feia” citada na lei de Moisés, ou “coisa indecente” (Dt 24.1-4 – NAA). De acordo com Jesus, o único motivo que justifica a separação (gr. Apolyo, divórcio) é se um dos cônjuges praticou “relações sexuais ilícitas”. A expressão “relações sexuais ilícitas” traduz o termo grego moichaomai, que significa “adulterar” (Mt 5.32; Jo 83; Mt 5.27; Rm 13.9). No texto de Mateus, portanto, o seu sentido é de alguém que cometeu adultério. O que se depreende dessa passagem bíblica é que Jesus estava dizendo que o divórcio feito por razões outras que não o adultério não dissolve o casamento aos olhos de Deus. Dizendo isso de outra forma, alguém que sofreu uma traição conjugal tem direito a um novo casamento. Contudo, se a motivação não foi a infidelidade conjugal e ele se “casar com outra comete adultério”. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade de um novo casamento quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o adultério. No contexto das cartas de Paulo, o casamento também é para a vida toda. Contudo, o apóstolo trata de outras situações não contempladas nos Evangelhos. Escrevendo aos coríntios, Paulo se refere ao casamento entre cristãos e a casamentos mistos, quando um crente era convertido ao Evangelho e o outro não. No caso de crentes, Paulo diz que se o casal venha a se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie (1 Co 7.10,11). No caso de casamentos mistos, Paulo diz que se 0 cônjuge descrente abandonasse a esposa esta não estaria sujeita à servidão (1 Co 7.15). A maioria dos intérpretes entende que essa expressão “não está sujeito à servidão” (gr. dedoulotai) significa que o cônjuge crente que foi abandonado está livre para se casar novamente. Esse entendimento é seguido pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Contudo, somente no caso de o abandono partir do cônjuge não crente.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO

“A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, i.e., que cada cônjuge seja único até que a morte os separe […]. Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a ‘prostituição’ (gr. porneia), palavra esta que no original inclui adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual (5.32; 19.9).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1427

SINOPSE I

O divórcio está presente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

CONTEXTUALIZAÇÃO DA QUESTÃO DO DIVÓRCIO

EM MATEUS 19 

“A questão do divórcio teve um papel importante no primeiro século, da mesma forma que hoje. Jesus discutiu essa questão no Sermão do Monte (5.31,32). Agora ela reapareceu [Mt 19.3-9]. […] O conflito se originou a partir da interpretação de Deuteronômio 24.1 – ‘Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e Iho dará na sua mão, e despedirá da sua casa’. Shammai afirmava que ‘coisa feia’ significa fornicação: ‘Um homem não se divorciaria de sua mulher, a não ser que tivesse encontrado nela um motivo de vergonha’. Seu colega Hillel (cerca de 6o.d.C. – 20 d.C.), que era muito mais liberal, enfatizava a primeira frase: ‘Ela não encontrou favor em seus olhos’. Ele permitiria a um homem divorciar-se da esposa se ela fizesse alguma coisa que o desagradasse, até mesmo se queimasse o alimento ao cozinhá-lo” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.135).

II – A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

1- O divórcio no seu aspecto legal. 

A Legislação brasileira já foi muito mais rígida com respeito ao divórcio. Contudo, nas últimas décadas as razões que justificam o divórcio podem ser várias. A partir da Constituição de 1988, passou-se a permitir divorciar-se e recasar quantas vezes fosse preciso. No aspecto legal da legislação brasileira é muito fácil alguém se divorciar e se casar novamente.

2- O divórcio no seu aspecto moral. 

Além do aspecto legal do divórcio, como cristãos necessitamos saber do seu aspecto moral. Para um descrente qualquer razão ou motivo justifica a prática do divórcio e um novo casamento (cf. Dt 24.1-4), mas o cristão deve perguntar se isso é moral. O Estado garante o seu aspecto legal, contudo a Escritura define seu aspecto moral (Mt 19.4-6). Trocar a esposa por uma mais jovem ou abandonar o marido por um mais rico e famoso são práticas normais no mundo, e que contam com o amparo legal do Estado. Contudo, isso é moral para o cristão? O crente pode fazer isso? No caso de pastores, além do aspecto legal, deve-se levar em conta, sobretudo, o aspecto moral do divórcio (Ml 2.15). Alguns se divorciam, mas nunca deveriam ter feito (Ml 2.16). Há um preço alto para se pagar. Aqueles que se arriscam a desobedecer a Palavra de Deus forçosamente terminam machucados.

SINOPSE II

O divórcio se dá na esfera legal e, ao mesmo tempo, moral.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

A INTERPRETAÇÃO DE JESUS CRISTO

“Cristo se colocou claramente a favor da estrita interpretação de Deuteronômio 24.1. Ele só permitia uma razão para o divórcio – exceto por causa de prostituição (9). Essa cláusula acrescentada ocorre apenas em Mateus (aqui [Mt 19.10] e em 5.32). Embora alguns estudiosos tenham assumido a posição de que essas palavras não teriam sido pronunciadas por Jesus, a opinião deles rejeita a inspiração de Mateus. O adultério representa a negação do voto do casamento e, nesse caso, a posição de Jesus é bastante sólida. Marcos e Lucas enfatizam, ainda mais do que Mateus, a divina aversão ao divórcio. No plano de Deus, o casamento deve ser uma união permanente” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.136).

 

III – O DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL

1- A pessoa do divorciado. 

O (A) divorciado(a) é uma pessoa e como tal deve ser vista. Quem passou por um processo de divórcio sabe o quão traumático isso é. Sentimentos de rejeição, medo e abandono muitas vezes continuam presentes na vida de quem passou por uma separação. Isso fica mais complexo quando há filhos gerados no relacionamento. A alienação parental é uma tentação, mas nunca a forma mais adequada a ser buscada. Divorciados devem obter aconselhamento pastoral e, concomitantemente, o acompanhamento psicológico não deve ser negligenciado.

2- O divorciado como cristão. 

Outra coisa acerca de quem passou por um processo de divórcio diz respeito a sua condição de membro da Igreja. Talvez esse seja um dos principais desafios pastorais da atualidade. Os pastores são desafiados dia a dia a tratar com essa questão. Os casos de divórcio se multiplicam e as razões que os motivaram nem sempre são bíblicas. Cada situação deve ser analisada com cuidado, de forma que o divorciado não deixe de ser visto como alguém amado por Deus. Contudo, que esse amor não sirva de justificativa para anular a justiça de Deus que exige uma vida que se orienta por sua Palavra.

SINOPSE III

É preciso cuidar das pessoas divorciadas, dando-lhes auxílios espiritual e psicológico.

CONCLUSÃO

Vimos nesta lição o divórcio sob a perspectiva de diferentes culturas e em diferentes contextos. Observamos que na atualidade há uma tendência entre os cristãos de enxergarem o divórcio com “normalidade”. Essa é uma postura perigosa, arriscada e, até mesmo, pecaminosa. Isso porque as Escrituras contêm princípios e preceitos que moldam os relacionamentos humanos. O casamento é uma instituição divina, que reflete o ideal de Deus. Portanto, e devido nossa condição de pecadores, o divórcio deve ser visto como uma anormalidade desse ideal divino.

REVISANDO O CONTEÚDO

1– Qual era o plano de Deus na Antiga Aliança em relação ao casamento? 

Na Antiga Aliança, o plano de Deus para a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28; 2.22-25).

2- Qual é o plano original de Deus para o casamento em Mateus 19? 

No texto de Mateus capítulo 19, Jesus mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt 19.4-6).

3- Quais são os dois aspectos do divórcio tratados na lição? 

Legal e moral.

4- Quais são os dois aspectos do divórcio que envolvem a prática pastoral? 

A pessoa divorciada e o divorciado como cristão.

5- O que as Escrituras contêm a respeito dos relacionamentos? 

As Escrituras contêm princípios e preceitos que moldam os relacionamentos humanos.

VOCABULÁRIO

Alienação parental: Processo em que a criança, ou a adolescente, é induzida, mediante diferentes formas e estratégias de atuação, a destruir os seus vínculos afetivos com um dos genitores (pai ou mãe).

 ENSINADOR CRISTÃO, 90, Página 38

O casamento como instituição civil e religiosa tem sofrido desgaste com o passar dos anos. A compreensão da sociedade em relação ao casamento mudou drasti camente. É comum as pessoas afirmarem que os casamentos antigamente eram mais duradouros. A mudança se deve à banalização da aliança matrimonial, uma das mais importantes da Bíblia. O próprio Deus compara o casamento com Seu relacionamento com Israel (Is 54.5). No Novo Testamento, a Igreja é chamada de "Noiva de Cristo" (Ef 5.23,24; Ap 19.7,8). Essas afirmativas comprovam o quão importante é o casamento. A partir das Escrituras, não é difícil compreender o que Deus estabeleceu como padrão para Sua igreja. O divórcio nunca foi uma válvula de escape traçada por Deus. A vontade do Criador é que ele seja uma união permanente, monogâmica e baseada no amor. Paulo detalha circunstâncias em que o divórcio deve ser considerado: quando o cônjuge resolve abandonar o relacionamento ou por motivo de adultério, principal razão que justifica o término da aliança matrimonial (Mt 5.32; 19.9; 1 Co 7.12-15).

Há pessoas que se aprovisionam de qualquer justificativa para adentrar pelo caminho da separação. E nesse ponto que se inicia o processo de banalização da aliança matrimonial. As adversidades de uma vida conjugal são apontadas por Paulo (1Co 7.26-28). Não se trata de algo anormal dentro da imperfeição humana. Muito pelo contrário, enquanto estivermos neste mundo, enfrentaremos desafios nas relações humanas, porém não há nada que a sabedoria e a graça do Espírito não possam ajudar os crentes a contornar. Entretanto, há pessoas que enxergam nas discordâncias ou incompatibilidade de temperamento a oportunidade para aderirem ao divórcio. A Palavra de Deus não abre precedente para esse tipo de decisão, haja vista que o casamento é uma aliança firmada diante de Deus e não deve ser quebrada (Hb 13.4). Em razão do divórcio, muitos lares têm se desfeito. Quando isso ocorre, os filhos acabam sendo separados de um dos pais. Na maioria das vezes, o pai é quem deixa a casa, abrindo fenda nas relações familiares. Os filhos sofrem com a necessidade de afeto não atendida. Os meninos, inclusive, ficam sem a referência masculina no lar, tão fundamental para que aprendam os valores de liderança, respeito e cuidado familiar.

Face ao rompimento da aliança matrimonial, não apenas o casal como também os filhos precisam de acompanhamento pastoral. A igreja deve se prover de mecanismos que ofereçam suporte espiritual e psicológico para as famílias que estão em processo de ruptura. Deus abomina o divórcio, mas ama a família. Este é um projeto muito especial do Criador que não pode ser desvalido pela igreja do Senhor.

Pb. Rogério Faustino

Neweb

Compromisso com a Palavra


LIÇÃO 4 - A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

Casamento

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O começo quando se casam.           O fim quando um morre.

O casamento é essa linha imaginária que teve início na união de dois seres opostos (homem e mulher, macho e fêmea) e estendeu-se por toda a vida desses dois, até que a morte os separou.

É a união heterossexual, monogâmica e indissolúvel entre um homem e uma mulher à luz das escrituras sagradas.

O casamento é vitalício.

Quem faz o casamento?

O casamento é realizado e oficializado pela lei civil, e abençoado por um líder religioso em nome de Deus.

Só que realiza o casamento são os juízes de cartório, ou juízes de paz. São nomeados pela justiça para oficializar a união e garantir perante a lei os direitos dos noivos. Sua cerimônia não é religiosa, mas civil.

O celebrante.

O celebrante que pode ser um pastor, padre ou rabino ou qualquer líder religioso são os que celebram religiosamente a união do casamento proferindo as bênçãos de Deus sobre a união.

O casamento do ponto de vista bíblico é indissolúvel, porém do ponto de vista humano o casamento pode ser anulado pelo divórcio que também só pode ser feito na esfera civil.

Divórcio

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É a ruptura do casamento. É a quebra dessa linha imaginária.

É a dissolução absoluta da aliança conjugal, tendo como resultado a anulação de seus efeitos civis.

O divórcio é e sempre será contrário ao propósito de Deus.

Assim como o casamento, só quem executa o divórcio é a lei civil.

O divórcio é na verdade o pedido de anulação da união civil, o casamento.

Esse pedido de anulação vai desde um adultério a qualquer outro argumento que esteja desagradando um dos cônjuges.

Sabemos que diante da esfera cristã vale qualquer esforço pra salvar um casamento, porém a sociedade e suas ideologias tentam e banalizam a importância do casamento.

Casos que cabem novo casamento:

No caso do falecimento de um, após a partida de um, à luz do evangelho e sem qualquer contestação o que ficou vivo está realmente livre pra casar.

Há casos que o que ficou vivo não quer contrair um novo casamento, geralmente é o caso de muitas irmãs, poucos os irmãos.

Há obreiros que dizem que só podem exercer o ministério se for casado, isso não é regra e não se tem como conselho extraído da bíblia, ou seja, isso não está na bíblia, mas se for pra se abrasar diz Paulo é melhor que se casem. É o conselho Paulino aos solteiros e viúvas se não como dizer também aos viúvos.

1 Coríntios 7:9

Mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo.

- Versão NVI (Nova Versão Internacional)

Porém, se não vos é possível controlar-se, que se casem. Porque é melhor casar do que viver queimando de paixão.

- Versão KJ1999 (King James 1999)

Mas, se não conseguem se dominar, que se casem; porque é melhor casar do que arder em desejos.

- Versão Nova Almeida Atualizada

Vale ressaltar que não há biblicamente recomendação direta de novo casamento com exceção da pontuada acima . As possibilidades e casos são sempre por intervenção humana. Vejamos.

Cada caso, um caso:

1. Infidelidade conjugal:

     Caso aconteça a infidelidade conjugal por parte de um dos cônjuges;

Mateus 19:9

Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério.

Observamos uma recomendação caso a vítima se mantenha fiel ao que foi infiel.

Não é que essa esteja livre pra fazer a mesma coisa, mas que dentro da fidelidade venha contrair novo casamento.

Não há aqui o pretexto pra traição, nem pra quem foi infiel e muito menos pra quem foi fiel, mas havendo pecado, quem foi vítima tem que manter-se fiel aos votos do matrimônio e não havendo reconciliação por parte do transgressor (a) e adúltero (a) o fiel recebe a liberdade de seguir em frente.

É certo que todos os esforços necessários pra perdão são válidos e devem ser buscados, mas não havendo, é inadmissível mantermos a vítima sob jugo de tristeza e solidão. Deus não nos chamou pra isso. Ele nos chamou a liberdade e pra sermos felizes.

Ressaltamos, o fiel deve se manter fiel sempre até chegar o tempo de contrair um novo casamento.

Nesse tempo deve ser observada a rejeição por parte do infiel, a desvalorização que esse dá a família, a pessoa e aos esforços empreendidos pra salvar seu casamento.

Dentro de uma conduta ilibada e santa o (a) fiel terá o direito, já que o (a) infiel é que requer sempre o divórcio e na maioria das vezes empreende todos os esforços pra isso, de contrair um novo casamento sem ser chamado (a) de adúltero (a).

Já o (a) infiel será sempre um (a) adúltero (a) e quem casar ou se juntar com ele (a) também será adúltero (a).

Mas, se o não crente quiser separar-se, que se separe. Em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus chamou vocês para viverem em paz.

1 Coríntios 7:15

Paulo em 1 Coríntios 7 recomenda que não haja separação.

Aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido.

Mas, se ela se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie com o seu marido. E que o marido não se divorcie da sua esposa.

1 Coríntios 7:10,11

2. Violência doméstica:

     Não há nenhuma orientação bíblica quanto a esse respeito.

Inferirmos do texto de Coríntios 7:15, “Mas, se o não crente quiser separar-se, que se separe. Em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus chamou vocês para viverem em paz.”, que se houver desentendimentos entre as partes e que, não necessariamente o não crente, mas quem for o violento, ainda que sejam cristãos, quiser se separar e não conviver com a vítima, essa fica livre daquele.

Porém diretamente a bíblia não dá espaço pra novo casamento, é o que ela diz.

Mas logo em seguida ela cita: “Em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus chamou vocês para viverem em paz.

Não é espaço pra novo casamento, mas então o que fazer?!

Vejamos bem o contexto do verso.

Se o não crente, mas vamos dizer que seja um crente também, chegar ao ponto de não querer mais viver o casamento é porque algo de mais grave já aconteceu, não acham?!

Então na prática e na maioria dos casos isso já é resultado de uma infidelidade, ou de certas amizades que o (a) casado (a) mantém e que resulta às vezes em maus tratos físicos e de palavras contra o cônjuge.

O ofensor maltrata com ofensas, desprezos e menosprezo.

Ele começa a ver defeitos, criar pretextos e etc. Aqui vai uma recomendação; não é licito o (a) casado (a) manter amizades próximas demais seja de quem for. Seu (a) melhor e maior amigo (a) será sempre seu cônjuge.

A recomendação bíblica é que deixe, e aí a seu tempo Deus resolverá tudo, porque Ele deseja a nossa felicidade; Deus chamou vocês para viverem em paz.

E se o agressor não quiser se separar?

A vitima tem as leis dos homes que a ampara, e não é correto deixar ou ficar com tais pessoas, mas mesmo assim não está livre pra novo casamento. Repito: E aí a seu tempo Deus resolverá tudo, porque Ele deseja a nossa felicidade; Deus chamou vocês para viverem em paz

Devemos avaliar cada caso e nunca condenar ninguém. Só quem passou por um episódio de divórcio sabe as perdas que tem. Às vezes somo taxativos demais nas nossas opiniões e ferimos ou abrimos mais feridas em pessoas que estão nesse processo.

Temos muitos casos dentro da igreja e Deus não nos colocou como juízes, mas educadores, conselheiros e ajudadores dessas pessoas. Devemos amar, ajudar e tentar ao máximo reverter qualquer possiblidades pra que haja divórcio.

Fomos testemunha certa feita quando liderávamos uma igreja do caso de adultério de um membro. Disciplinamos e quando chegamos pra conversar com o casal foi àquela luta. A esposa triste, chorosa, machucada, ferida, o esposo ressentido, arrependido, querendo ficar, mas achando que seria difícil a convivência, porém querendo deixar tudo e ir embora. Uma família arrasada com a imprudência e a infidelidade. Em um caso de adultério e divórcio não existe ganhadores, todos saem perdendo. Todos saem feridos, machucados e cicatrizados.

Guiado e direcionado por Deus aconselhamos, acompanhamos, visitamos, amando ainda mais aquela família, os dois venceram, mantiveram o casamento e Deus lhes concedeu a graça de serem pais novamente. Hoje estão felizes.

Esse é o plano de Deus.

Ainda que não vejam esperanças, o plano de Deus é que não haja o divórcio.

Mas que Deus nos guie pra estarmos sendo usados por Ele quando surgirem essas situações.

Em Cristo.

 


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