Lição 12: Da Circuncisão e dos Alimentos Sacrificados a Ídolos
OBJETIVOS
Mostrar uma circuncisão no Antigo Testamento
Conhecer a circuncisão e o cristianismo
Saber a respeito dos alimentos sacrificados aos Ídolos em
Corinto
TEXTO DO DIA
“Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos Ídolos,
sabendo que todos temos ciência. A ciência incha mas o amor edifica.” (1 Co 8.1)
SÍNTESE
O que salva o ser humano não são hipóteses
religiosas, mas a fé no sacrifício Vicário de Cristo Jesus
AGENDA DE LEITURA
Segunda – Lv 12.1-3 Deus ordena a circuncisão no Antigo
Testamento
Terça – Dt 10.16 A circuncisão que agrada a Deus
Quarta – Jr 4.4 A circuncisão do coração
Quinta – At 15.29 “Que vos abstenhais das coisas
sacrificadas aos ídolos”
Sexta – 1 Co 8.9 Que não venhamos escandalizar ninguém
Sábado – 1Co 8.4 Só há um Deus
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição de hoje estudaremos a
respeito da ilustração que Paulo fez sobre a circuncisão e os alimentos
sacrificados aos Ídolos. Tudo indica que alguns crentes estavam dando judaizantes,
que desejavam que o novo convertido se tornasse primeiro judeu, tendo que se
circuncidar. Então Paulo os ensina que o ser humano algum jamais será salvo por
intermédio dos rituais religiosos, principalmente a circuncisão. Só há salvação
mediante a fé no sacrifício de Carlos de Jesus Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), uma das agências da lição
deste domingo é a circuncisão. Por isso, sugerimos que para a aula de hoje,
você faça uma mesa redonda com seus alunos e debata a seguinte questão: ”
Abraão foi justificado diante de Deus pelas obras ou por sua fé?”. Concluía o
debate mostrando que Abraão não tinha porque se gloriar diante de Deus por seus
feitos, pois a palavra de Deus nos diz: ” creio Abraão em Deus e isso lhe foi
imputado como Justiça”. Em quem ele creu? Na promessa de Deus de Gênesis 15.5.
O homem não será justificado diante de Deus por algum tipo de rito, mas
unicamente mediante a fé em Cristo (Rm
4.1-8).
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 7.18,19
18 É alguém chamado, estando circuncidado? Fique
circuncidado, É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se
circuncide.
19 A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é,
mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.
1 Coríntios 8.2-5
2 E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não
sabe como convém saber.
3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido
dele.
4 Assim que, quanto ao comer das coisas
sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro
Deus, senão um só.
5 Porque, ainda que haja também alguns que se
chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos
senhores).
INTRODUÇÃO
Na igreja em Corinto havia alguns judeus
convertidos em Jesus Cristo. Alguns deles eram influentes e não tinham ainda
regras e costumes do judaísmo. Muitos desses costumes contrariavam a mensagem
do Evangelho. Por isso, o embate entre os judeus convertidos a Jesus e o
apóstolo Paulo foi constante durante todo o seu ministério. Na lição desta
semana veremos dois assuntos que se destacam entre os Coríntios que haviam
deixado judaísmo: a circuncisão e os alimentos sacrificados aos Ídolos.
I – A CIRCUNCISÃO NO
ANTIGO TESTAMENTO
1. A circuncisão teve sua origem em Abraão.
A circuncisão é a remoção do prepúcio, uma
pele que cobre o órgão sexual masculino. Deus estabeleceu a circuncisão como um
sinal para sua aliança com o patriarca Abraão. O Senhor prometeu
que faria de Abraão uma grande nação (Gn 12.1-3; 17.2,10-14). A partir dele,
todos os seus descendentes, do sexo masculino, deveriam fazer a circuncisão
como um sinal externo e visível da aliança com Deus. O ritual da circuncisão
deveria ser realizado no oitavo dia de vida e simbolizava a inserção do
indivíduo no povo eleito pelo Senhor, segundo a promessa feita a Abraão.
A desobediência a essa ordenança divina
resultaria na expulsão da comunidade, e isso poderia significar vagar pelo
deserto, ser transformado em escravo e até mesmo morrer. A circuncisão
também tinha uma função em relação à saúde do homem e da mulher, considerando
as condições de vida dentro de um ambiente nômade, como a de Abraão e seus descendentes.
2. A circuncisão passou a ser um ritual obrigatório na Lei de Moisés.
A prática da circuncisão, iniciada por Abraão, com o tempo passou a ser um requisito obrigatório na Lei Mosaica (Lv 12.2,3). A não observância dessa regra poderia ser punida com a morte. Sua importância também era evidenciada com a obrigatoriedade de ser feita no oitavo dia, mesmo que coincidisse com o dia de sábado.
No Novo Testamento, Paulo mostra aos coríntios a importância da “circuncisão espiritual”, alcançada mediante a fé em Jesus Cristo. Todavia, o Pentateuco (Dt 10.16; 30.6) e os profetas do Antigo Testamento, com o em Jeremias, já davam destaque a circuncisão do coração, não feita pela mão do homem (Jr 44; Jr 9.25).
3. A lei e a circuncisão não libertaram o povo judeu da escravidão do pecado.
Os judeus se achavam superiores aos gentios por serem herdeiros da promessa feita por Deus a Abraão e por serem os receptores da Lei. Eles mantinham sua identidade e exclusivismo por meio do ritual da circuncisão, que apenas aumentava mais a arrogância e a hipocrisia. Eles buscavam a Deus, mas de maneira equivocada.
Os rituais e as
práticas de purificação e pretensa santificação não foram suficientes para
alcançarem a tão sonhada justificação diante de Deus. A justificação do homem
se dá mediante a fé no Filho de Deus.
II – A CIRCUNCISÃO E O
CRISTIANISMO
1 .O concílio de Jerusalém deliberou a respeito da questão da circuncisão.
A expansão do Evangelho para os territórios
gentílicos por meio da evangelização fez com que muitos conflitos com relação à
circuncisão surgissem. O assunto se tornou tão incômodo que por volta dos anos
50 d. C. foi realizado um concílio em Jerusalém com a participação de
Paulo, Barnabé e alguns apoiadores da igreja
em Antioquia, juntamente com os apóstolos e anciãos da igreja em Jerusalém (At
15.1-29; G l 2.1-10).
O concílio teve como principal atribuição
definir o que deveria ser observado pelos cristãos gentílicos e quais seriam as
práticas exclusivas dos judeus. A decisão foi de que a circuncisão seria
observada somente pelos judeus.
Todavia, infelizmente o concílio não extinguiu os conflitos entre os judeus
convertidos e os cristãos gentílicos.
2. Na igreja em Corinto não se deveria fazer distinção entre circuncisos e incircuncisos (1 Co 7.18).
Paulo demonstra em algumas de suas cartas, em
especial em Romanos, que Abraão não
foi justificado por meio da circuncisão, mas sim pela sua fé no Todo-Poderoso.
Ele afirma que tanto os judeus quanto os cristãos são descendentes espirituais
de Abraão. Então, aos coríntios ele orienta: Quem está circuncidado, continue
circuncidado; quem não está circuncidado, continue incircunciso. Ele deixa bem
claro que a circuncisão é apenas um sinal externo para os judeus e não implica
diretamente a salvação.
3. A verdadeira circuncisão é a do coração.
Os judeus ensinavam, mas não praticavam a
Lei. Portanto, de nada valeria um sinal externo se as práticas não condiziam
com o que ensinavam. Paulo afirma que a verdadeira circuncisão é a que ocorre
no interior do ser humano, em seu coração, que só pode ser realizada pelo
Senhor (Rm 2.25-29). Entretanto, isso não significa que o exterior não é
importante, mas sim que a verdadeira transformação deve acontecer de dentro
para fora.
III – ALIMENTOS
SACRIFICADOS AOS ÍDOLOS
1. Os “açougues” em Corinto nos dias de Paulo. No primeiro século, os mercados da cidade de Corinto vendiam as sobras das carnes dos animais que eram sacrificados aos ídolos nos templos pagãos. Comprar nesses açougues era uma rotina normal na cidade, não era problema para os seus habitantes, com exceção da comunidade judaica.
Naquela época aconteciam
também algumas festas nos pátios dos templos dos ídolos dos quais todas as
pessoas podiam participar livremente (8.10). Em Corinto, para uma grande
maioria, essa era praticamente quase a única oportunidade de comer carne.
2. Comprar carne sacrificada aos ídolos?
Com a chegada do Evangelho na
cidade de Corinto, as práticas idólatras, como a compra de carne que foi
sacrificada aos ídolos e que eram vendidas nos açougues, começou a gerar
conflitos entre os crentes. Alguns membros continuaram comprando esses açougues
e comendo essas carnes sem preocupação, enquanto outros, influenciados pela
crença judaica que tinha certa influência nas comunidades cristãs, deixaram de
comprar desses açougues por serem carnes sacrificadas aos ídolos.
Comer alimentos sacrificados aos ídolos
também foi um dos principais assuntos, junto com a circuncisão, na assembleia
que aconteceu em Jerusalém (At 15.22-29). Para os
cristãos de origem judaica, comer carne sacrificada aos ídolos era ser
semelhante ao que fazia os sacrifícios. Essa foi uma das questões levadas pelos
irmãos até Paulo, solicitando a orientação dele a
respeito de como deveriam proceder.
3. Orientações e conselhos a respeito de alimentos sacrificados aos ídolos.
Paulo traz duas orientações importantes aos crentes de
Corinto quanto às coisas sacrificadas aos ídolos: A primeira orientação era
para os crentes mais maduros e que não acreditavam em outros deuses além do
único Deus Criador. Para estes ele recomenda que continuem no mesmo
procedimento de sempre: Vá e compre o que tiver no mercado (8.4-6). A segunda
orientação é para aqueles crentes mais fracos, que acreditam em um único Deus,
mas na prática temem os falsos deuses.
Porém, o mais importante é o fato de que
Paulo recomenda que a nossa “liberdade não seja de alguma maneira escândalo
para os fracos” (v.g). Ele é bem enfático ao afirmar: “Pelo que, se o manjar
escandalizar a meu irmão, nunca mais comerá carne, para que meu irmão não se
escandalize”. Os crentes maduros deveriam evitar comer a carne oferecida aos
ídolos se isso fosse prejudicar de alguma forma a fé, a consciência dos irmãos
mais fracos.
SUBSÍDIO 1
“Paulo reconheceu que nem todos os cristãos
tinham alcançado um estágio de conhecimento intelectual ou de vigor espiritual
que permitisse, sem ofender a si próprios, assistir a uma festa impregnada de
uma atmosfera idólatra. Quando essas pessoas se tornaram cristãs elas aceitaram
o Deus da fé cristã como o único Deus. Mas esse conceito era limitado. Um
estudioso escreveu: ‘Este conceito monoteísta que todos possuíam… ainda
não havia desabrochado na consciência de todos em sua plenitude.
Alguns talvez ainda guardassem dentro de si
remanescentes de sua antiga superstição, e tivessem medo do poder dos ídolos.
Tais pessoas não iriam considerar os ídolos iguais a Deus, mas ‘seres
intermediários, anjos bons ou maus, e era melhor procurar o seu favor ou evitar
a sua ira.’ Dessa maneira, havia alguns que comiam… no seu costume para com o
ídolo: ‘havia algo que, em tais pessoas, sobreviveu à sua conversão’. Não tendo
ainda amadurecido a ponto de chegar a uma completa rejeição da realidade dos
falsos deuses. Esses cristãos iriam sentir uma sensação de culpa de comessem a
carne oferecida aos ídolos” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 8.
Rio de Janeiro, CPAD, 2006, p. 309).
SUBSÍDIO 2
“No capítulo 8, o apóstolo Paulo
responde a mais uma pergunta dos coríntios, referente ao consumo de carne
oferecida aos ídolos. Antes da sua conversão, muitos crentes em Corinto eram
pagãos, adoravam ídolos e sacrificavam animais aos deuses. Nesses sacrifícios,
juravam sua devoção às respectivas deidades, invocavam a bênção dos deuses
representados pelos ídolos e se comunicavam com as forças diabólicas, enquanto
comiam uma parte da carne sacrificada (1 Co 10.18). Tudo isso era um ato de
louvor pagão.
O restante da carne era consumida pelos
sacerdotes ou vendida no mercado. Após a sua conversão os crentes coríntios
desejavam saber se ainda seria lícito comer daquela carne oferecida aos Ídolos
ou se deviam se abster de tal consumo” (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário
Bíblico 1 e 2 Coríntios Rio de Janeiro, CPAD,
1999, p. 64).
CONCLUSÃO
Na lição de hoje vimos que há vários
conflitos entre os convertidos de Jesus Cristo e os crentes Gentios de
Coríntios. Quanto à circuncisão, Paulo é bem claro em suas orientações:
cada um fique como está, pois a circuncisão Não faça de um ritual externo com
significado para os judeus. Quanto à carne sacrificada a Ídolos, ele esclarece
que os Ídolos nada são e que só existe um Deus, mas para evitar conflitos entre
os irmãos, não se comece a carne sacrificada e que eram vendidas no mercado da
cidade.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição a circuncisão começou com qual patriarca?
A
circuncisão teve sua origem em Abraão
2 .O que é circuncisão?
A circuncisão é a remoção do prepúcio,
uma pele que cobre o órgão sexual masculino.
3. Quando deveria ser realizado o ritual da circuncisão?
O ritual da circuncisão deveria ser realizado no oitavo dia de
vida e simbolizava a inserção do indivíduo no povo eleito pelo Senhor, segundo
a promessa feita a Abraão.
4. O que a assembléia de Jerusalém deliberou a respeito da circuncisão?
A decisão foi de que a
circuncisão seria observada somente pelos judeus.
5. O que a Assembléia de Jerusalém deliberou a respeito das coisas sacrificadas a Ídolos?
Que os crentes deveriam
evitar os alimentos sacrificados aos ídolos.