Lição 11: Paulo responde questões a respeito do Casamento
OBJETIVOS
Conscientizar de que o casamento é bom;
Mostrar a indissolubilidade do casamento
Saber que o casamento não deve ser usado como fuga
TEXTO DO DIA
“Mas, se não
pode conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (1
Co 7.9).
SÍNTESE
O casamento
deve ser no Senhor, bem planejado e realizado de forma segura para amenizar as
dificuldades de uma vida a dois.
AGENDA DE
LEITURA
Segunda – Gn 2.24 Deixar pai e mãe
Terça – Mt 19.6 O homem não deve separar o que Deus
uniu
Quarta – Mt
19.9 Jesus fala a respeito das condições do divórcio
Quinta – Mt 19.11-12 Nem todos receberam o dom do
celibato
Sexta – Rm 7.1-3 Morto marido, a mulher está livre
para se casar novamente
Sábado – Hb 13.4 Venerado seja o matrimônio
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição de hoje estudaremos as respostas do apóstolo Paulo acerca do casamento. Os Coríntios tinham muitas dúvidas quanto ao matrimônio, então Paulo os instruiu acerca do assunto mostrando que o casamento deve ser no Senhor e que ele é uma dádiva divina. Deixar pai e mãe e construir uma família um projeto divino (Gn 2.24). Contudo o apóstolo também mostra o valor daqueles que por amor a Cristo e a sua obra decidem permanecer solteiros.
Casados, viúvos ou solteiros, pertencemos ao Senhor e devemos viver
de maneira que o seu nome seja glorificado em nossas vidas. Sabemos que em
breve Jesus voltará e no céu não haverá marido e esposa, mas vamos formar uma
única família, a família do cordeiro de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado (a)
professor(a), reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos os
conselhos de Paulo a respeito do casamento.
SITUAÇÃO
PRESENTE |
CONSELHO
DE PAULO |
SITUAÇÃO
PRESENTE |
Solteiros |
Casem -se (v. 2).
Permanecem solteiros (vv. 8.26,27). |
Evitem a imoralidade
sexual (vv. 29,36). Permaneçam devotados ao Senhor sem qualquer dispersão ou
interrupção (vv. 3 2 – 3 5 ) |
Casados |
“Não vos
defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo” (v. 5). |
No casamento a
autoridade sobre o corpo é dada ao cônjuge (vv. 3,4). A privação é um convite
à tentação (v. 5) |
Casados que
abandonaram o cônjuge. |
Permanecerem
solteiros ou reconciliem-se com o cônjuge (v. 10). |
0 Senhor ordena
que a esposa “se não aparte do marido” (v. 10) |
Casados com não
cristãos que continuam descrentes. |
Não abandonem 0
cônjuge (vv. 12,13). |
0 Espírito Santo
trabalha na vida do cônjuge e dos filhos (v. 14). |
Casados com
descrentes que abandonam o cônjuge cristão. |
Deixem o cônjuge
partir (v. 15). |
0 marido ou
esposa, nesse caso, “não está sujeito à servidão” (vv. 15,16). |
TEXTO
BÍBLICO
1 Coríntios
7.1-14
1 Ora,
quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em
mulher.
2 Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
3 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.
4 A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.
5 Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.
6 Digo, porém, isso como que por permissão e não por mandamento.
7 Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra.
8 Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu.
9 Mas, se não podem conter-se, casem- -se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.
10 Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
11 Se. porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
12 Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
13 E se
alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o
deixe.
14 Porque o
marido descrente é santificado pela mulher,
e a mulher descrente é santificada pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos
seriam imundos; mas, agora, são santos.
INTRODUÇÃO
Os membros da
igreja em Corinto tinham muitas dúvidas a respeito de várias coisas, inclusive
a respeito do casamento e da castidade. Graças ao questionamento deles, nós temos
registrados no Cânon Bíblico várias orientações sobre o assunto. Paulo
recomenda o casamento como um projeto de Deus e algo bom. Entretanto, ele
inclui algumas regras para que o matrimônio seja benéfico para vida espiritual
do casal e das famílias envolvidas.
I – O
CASAMENTO É BOM
1 . O relacionamento sexual é para o casamento heterossexual e monogâmico (v.1).
A igreja em
Corinto havia se tornado uma das maiores daquela região e os padrões morais dos
novos convertidos eram bem diferentes do estilo de vida das outras pessoas que
moravam na cidade. Por isso, surgem algumas dúvidas acerca do casamento que
precisavam ser esclarecidas pelo apóstolo, o que ele fazia por meio das cartas.
Naquele tempo surgiram na igreja ensinamentos com tendências gnósticas, que
consideravam o corpo mau e o espírito bom. Tal pensamento provocava dois tipos
de comportamento:
a) Fazer o
que bem entender com o próprio corpo, uma vez que a crença era de que o
espírito não seria afetado;
b)
Mortificar os desejos do corpo, uma vez que a crença era de que o corpo era
matéria má. Portanto, os dois extremos eram ruins. Paulo estava respondendo a
um questionamento da igreja em relação ao segundo comportamento: O cristão pode
se abster do relacionamento sexual no casamento?
2. Paulo recomenda o casamento (vv. 2, 6-9).
Ele afirma que “bom seria que o homem não tocasse em
mulher”. Ele defende tal ideia, pois a Igreja do Senhor estava no início e
havia urgência na pregação do Evangelho,
o que muitas vezes exigia uma dedicação exclusiva. No entanto, e le pondera de
uma forma mais ampla e complementa a sua resposta: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”. A promiscuidade em Corinto era
tão intensa que só o fato de uma moça se identificar como moradora da cidade já
seria motivo para considerá-la prostituta.
O apóstolo
cita a prostituição na cid a d e com o um perigo para os que queriam ficar
solteiros e para os casais que estavam se abstendo do relacionamento sexual.
Ele reconhecia que poucas pessoas teriam disposição necessária para manter
inativa sua capacidade sexual. Então, Paulo recomenda o casamento e o
relacionamento sexual dos cônjuges visando à procriação e o prazer de
ambos.
3. A prática da abstinência sexual e do celibato é para solteiros.
Alguns membros da igreja, incluindo os
casados, começaram a utilizar a abstinência sexual como forma de controle dos
desejos sexuais. Isso se tornou um grande problema, pois não se imagina um
casamento em que um dos cônjuges vê o relacionamento sexual como algo
desprezível, enquanto o outro o vê como algo essencial e necessário.
Paulo
responde aos questionamentos afirmando que tanto o casamento como o celibato
eram opções legítimas para o cristão. O celibato deve ser visto como o dom
divino, mas para os que querem permanecer solteiros ou viúvos. A decisão
deveria ser consciente e ter por base a paz e a obediência a Deus. Quanto aos
casados, ele adverte contra os sacrifícios tolos, que não agregam nada à vida
espiritual, baseados em crenças humanas e contrárias ao Evangelho.
II – A INDISSOLUBILIDADE DO
CASAMENTO
1. O ideal original do casamento (v v .10,11).
O ideal é que o casal se una, constitua uma família e seja
feliz para sempre (Gn 2.24; Mt 19.6). Paulo é categórico ao
afirmar: “Aos casados, mando”. Ele apresenta o casamento cristão como um
contrato indissolúvel. Nos Evangelhos, Jesus trata sobre a dissolução do
casamento por causa de prostituição com o uma exceção (Mt 19.3-10). Nosso
Senhor abordou o assunto quando questionado pelos fariseus adeptos das ideias
da escola do rabino Hilel, que defendiam o direito de o marido dar carta
de divórcio por qualquer motivo.
Ao ser
questionado sobre essa liberalidade, Jesus afirma que ela surgiu devido à
dureza do coração do homem . Era uma forma de proteção, pois se repudiada pelo
marido, a mulher não poderia mais se casar e, assim, ficaria exposta à miséria
e à prostituição. Já aos coríntios, Paulo falava para um público onde a
prostituição era aceita pela maioria.
2. Casamento com descrente antes da conversão (vv.12-16).
A exceção de Paulo para o divórcio é no
caso em que apenas um dos cônjuges se converte ao cristianismo, o que não era
comum entre os judeus e os costumes greco-romanos, onde se supunha que a
família (casa) tivesse religião única. No entanto, mesmo na exceção existia
regra a ser seguida, ou seja, isso seria possível somente se o casal não
conseguisse viver pacificamente sua diversidade religiosa. Paulo orienta ao
cônjuge cristão a preservação do casamento, caso o cônjuge não cristão concorde
com sua decisão por Cristo (vv.12-14).
No sentido
inverso do judaísmo, que defendia que a impureza
manchava as coisas puras, o apóstolo defende que o cônjuge cristão santifica o
cônjuge não cristão. Todavia, ele aconselha o divórcio caso o descrente queira
se separar (vv.15,16; 27, 28, 39).
3. O divórcio não faz parte do plano original d e Deus.
Os coríntios precisavam de instruções específicas a respeito do casamento e do divórcio, pois estavam vivendo em uma sociedade de padrões morais contrários às Escrituras Sagradas. Jesus deixou bem claro que no plano original de Deus para a família não havia espaço para o divórcio. Ele mostrou que o divórcio foi permitido devido à dureza do coração dos homens: “I…] Pela dureza do vosso coração vos deixou ele escrito esse mandamento […]” (Mc 10.5).
Paulo era um homem de Deus, um apóstolo que conhecia
bem os ensinos do Mestre, por isso advertiu aos coríntios quanto à permanência
no casamento afirmando que: “Estás ligado à mulher? Não busques separar-te.
Estás livre de mulher? Não busques mulher” (7.27).
III – O
CASAMENTO NÃO DEVE SER USADO COMO FUGA
1 . O casamento não pode ser usado como fuga para a solidão.
O casamento não é garantia de ausência de
solidão. Existem casais aparentemente “bem casados” e que um dos cônjuges ou os
dois vivem solitários. Para a felicidade do casal deve existir boa intimidade
emocional entre eles. Os solteiros e viúvos devem ter isso em mente ao planejar
um casamento. Há pessoas que se sentem solitárias em sua família e criam expectativas
de resolver esse problema com o casamento.
Ela corre o
risco de apenas reproduzir o ambiente de convivência atual. Por isso, durante o
namoro e o noivado o crente deve ter certeza de que a outra pessoa é capaz de
ampará-lo em todos os momentos que precisar. Para um relacionamento permanente
é necessário se sentir seguro de que haverá possibilidades de um bom diálogo
nos momentos de maior fragilidade. A indiferença é o pior dos comportamentos
para um casal.
2. O casamento não pode ser usado como fuga da tentação sexual.
Quando Paulo afirma que “por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada um a tenha o seu próprio marido” (v.2) e diz aos solteiros e as viúvas “se não podem conter-se, casem -se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (v.9), ele não diz displicentemente. O casamento não é uma decisão a ser tomada de qualquer maneira, e a escolha deve ser bem feita e o momento deve ser bem adequado.
Os jovens e os viúvos devem tomar a
decisão pelo casamento somente após ter segurança de que é a melhor decisão a
ser tomada e não por ter dificuldades com a tentação sexual. O casamento é para
ser feliz e fazer o outro feliz. O casamento também não é garantia de plena
satisfação sexual. Por isso, a recomendação de Paulo em 1 Coríntios 7.3-5,
dentre outras. Dependendo da situação, Paulo afirma que é melhor ficar solteiro
celibatário.
3 .O casamento não pode ser usado como fuga das dificuldades da vida.
A vida tem suas dificuldades, angústias e sofrimentos e varia de pessoa para pessoa (Jo 16.33). Algumas pessoas vêem no casamento uma oportunidade de fugir de alguns desses problemas. Todavia, essa não é a melhor forma de entrar em um casamento. As pesquisas a respeito dos motivos na escolha do cônjuge apontam dentre as principais motivações a transgeracionalidade, a busca por similaridades ou por complementaridades. Por transgeracionalidade nos referimos aos modelos aprendidos na família de origem e no ambiente sociocultural. Por busca de similaridades, as características pessoais na pessoa escolhida no sentido de reforçar suas imagens.
Por busca de
complementaridade, o que se pretende é a satisfação completa de sua
necessidade , uma projeção no parceiro de determinados aspectos com deficiência
na própria personalidade. De forma geral, essas motivações não são excludentes
e as pessoas priorizam as características que lhe são mais importantes. Para o
cristão, os princípios gerados a partir do Evangelho devem ser priorizados e
ajustados às principais motivações.
SUBSÍDIO 1
“Paulo passa
a responder outra pergunta específica no versículo 25. Tem a ver com o
casamento (ou não) de virgens. Paulo diz não ter recebido mandamento específico
do Senhor a respeito dessa questão (v. 25). Os Evangelhos nada dizem sobre essa
situação, e Paulo não recebeu nenhuma revelação particular do Senhor. Mas ele
dá sua opinião, como pessoa digna de confiança. Ao lermos os versículos 25-40,
temos a impressão de que o apóstolo se opõe ao casamento. Nada mais longe da
verdade. Ele simplesmente aconselha o celibato às jovens coríntias daquela época. Isso
não contradiz o ensino geral das Escrituras a respeito do casamento encontrado
em Gênesis, nas palavras de Jesus e em outros trechos bíblicos: Venerado seja
entre todos o matrimônio’ (Hb 13.4).
O solteiro
(ou solteira) não deve se sentir pressionado a casar simplesmente porque é
‘costume’. Nem precisa sentir-se desprezado, inferiorizado ou envergonhado.
Esse trecho bíblico oferece uma resposta àqueles que aconselham ‘casamento a
todo custo’. O primeiro motivo dado por Paulo em apoio ao celibato é a
existência de uma ‘angustiosa situação’. Qual foi essa situação? Não sabemos.
Mas é verdade que certas crises tornam necessário o adiamento do casamento ou
abandono de planos matrimoniais” (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário
Bíblico 1 e 2 Coríntios Rio de Janeiro, CPAD,
1999, p. 60 ).
SUBSÍDIO 2
“Nos dias de
hoje, Satanás está tentando destruir o casamento, o lar e a família. A promoção
do sexo, prostituição, homossexualismo, divórcio e concubinato são finais desse
fato: há em tudo isso uma fuga de responsabilidade dos participantes. Muitas
nações e civilizações do passado foram destruídas por esses mesmos males. Hoje
vemos epidemias de doenças sexualmente transmissíveis sem cura: as crianças
inocentes sofrem mais, tanto nas doenças que lhe são transmitidas quanto no
abandono familiar e na falta de treinamento moral. Esposas e filhos abandonados
lutam para sobreviver sem recursos jurídicos ou sustento paternal.
O matrimônio
implica num compromisso mútuo e voluntário que dura até a morte dos cônjuges. A
família estável e temente a Deus é a pedra fundamental da comunidade ou não
bem-sucedida. Os lares dos crentes devem ser o modelo da retidão do plano de
Deus e a evidência da sua bênção divina. Paulo escreveu esse segmento da sua
Epístola para responder a certas perguntas específicas, sem o propósito de
tratar de forma abrangente o assunto do matrimônio” (HOOVER, Thomas Reginald.
Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD,
1999, p. 63).
CONCLUSÃO
Na lição de
hoje ficou evidente que o casamento é bom e abençoado por Deus, e que o
celibato é somente para as pessoas que têm o dom de permanecer neste
estado. O princípio original do casamento é pela adoração até que a morte
separa os cônjuges, todavia, devido a dureza do coração muitos casais não
chegam até o final juntos. Por isso o casamento não pode ser usado para fugir
da Solidão, da Tentação sexual ou das dificuldades da vida, ele deve ser bem
planejado e deve ser feito segundo a vontade do Senhor.
HORA DA
REVISÃO
1. Qual era a ideia gnóstica a respeito do corpo e do espírito?
A ideia gnóstica considerava o corpo
mau e o espírito bom.
2. Segundo a lição, quais os dois tipos de comportamento que o pensamento gnóstico produz?
Tal
pensamento provocava dois tipos de comportamento: a) Fazer o que bem entender
com o próprio corpo, uma vez que a crença era de que o espírito não seria
afetado; b) Mortificar os desejos do corpo, uma vez que a crença era de que o
corpo era matéria má. Portanto, os dois extremos eram ruins.
3. Paulo recomenda o casamento? Utilize uma referência bíblica para justificar sua resposta.
Sim, Paulo
recomenda o casamento. 1 Coríntios 7. 2, 6-9.
4. Segundo Paulo, para quem deveria ser a prática da abstinência sexual?
Tal prática seria para aqueles que receberam
o dom divino do celibato, os que querem permanecer solteiros ou viúvos.
5. Qual o princípio original do casamento?
O
ideal original do casamento é que o casal se una, constitua uma família e seja
feliz para sempre (Gn 2.24; Mt 19.6).