Lição 10: Seu Corpo é Membro de Cristo
OBJETIVOS
CONSCIENTIZAR de que a Liberdade em Cristo não pode ser
confundida com a Libertinagem;
MOSTRAR que o pecado no corpo o afeta a alma e
o espírito ;
SABER que a imoralidade é uma tentação na vida do
crente.
TEXTO DO DIA:
Todas as
coisas me são Lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são
Lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (l Co 6.12)
SÍNTESE:
O nosso
corpo pertence ao Senhor e não deve ser usado para a prostituição.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA – Is 59.2 0 pecado nos afasta de Deus
TERÇA – Rm 6.23 A recompensa do pecado é a morte
QUARTA – Rm 6.22 Libertos do pecado e servos de Deus
QUINTA – Rm 8.1 Não há condenação para os que andam
segundo o Espírito
SEXTA – Rm 8.5 Diga não à inclinação da carne
SÁBADO – Rm 5.6 A inclinação da carne é morte
INTERAÇÃO
Professor(a),
a ênfase da aula de hoje é mostrar que o nosso corpo pertence ao Senhor, por
isso não deve ser usado para a prostituição.
Temos um Deus que é santo e que exige que o nosso corpo, que é o seu templo, a
sua morada, seja Limpo e separado para uso exclusivo dele. O pecado sempre tem
consequências, porém a pior de todas é o afastamento de Deus. Sim, o pecado nos
separa do Senhor. Durante o decorrer da lição, procure enfatizar que a
recompensa do pecado é a morte: espiritual e física. Fomos libertos do pecado e
agora não temos mais prazer na iniquidade. Com os filhos de Deus o nosso
deleite é agradar ao Pai e glorificá-Lo em toda a nossa maneira de viver.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado(a)
professor(a), converse com os alunos mostrando que tudo indica que algumas pessoas
na igreja de Corinto estavam aplicando l Coríntios 6.12 de maneira equivocada.
Leia com os alunos esse versículo e utilize o quadro abaixo para mostrar a
resposta de Paulo a essa questão.
O fato de Cristo
ter levado nossos pecados sobre si não nos dá a liberdade de continuar
fazendo o que sabemos que é errado. |
Algumas ações não
são pecaminosas em si mesmas, mas são apropriadas porque podem dominar nossas
vidas e nos levar para longe de Deus. |
O NT proíbe
especificamente muitos pecados (1 Co 6.9,10) que foram originalmente
proibidos no AT (Rm 12.9-21; 13.8 -10 ) |
Algumas ações
podem ferir outras pessoas, ao invés de ajudá -las, não é correta. |
TEXTO
BÍBLICO
1 Coríntios 6.12-20
12 Todas as
coisas me são Lícitas, mas nem todas as coisas convém; todas as coisas me são
Lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
13 Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
14 Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-Los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18 Fugi da
prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19 Ou não
sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 Porque
fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
INTRODUÇÃO
O sexo foi
criado por Deus com dois propósitos específicos: Dar continuidade à humanidade
(procriação )
e trazer prazer sexual no casamento (heterossexual). Contudo , algumas pessoas
têm deturpado esses propósitos. Nesta lição , veremos que o apóstolo Paulo faz
sérias recomendações aos coríntios com relação ao uso do corpo. A cultura de
imoralidade da cidade de Corinto reforçava a seriedade com que o apóstolo
adverte os cristãos para não ceder a qualquer motivo que pudesse levá-los à
imoralidade sexual e a contaminar o corpo, que é templo do Espírito
Santo.
I – A
LIBERDADE EM CRISTO NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM LIBERTINAGEM
1. Fazer
tudo o que se deseja não é liberdade, mas escravidão (v.12).
Alguns
crentes de Corinto acreditavam, erroneamente, que podiam fazer tudo o que bem
desejassem em nome da liberdade em Cristo, sem prejuízo algum para a vida
espiritual. Eles se tornaram escravos das paixões carnais, que dominavam suas
vontades e ações. Tal pensamento e atitude era um reflexo da velha natureza
incorporada aos costumes da cidade. Alguns crentes de Corinto também usavam de
modo errado o que acreditavam ser a “liberdade cristã”, criando pretextos para
legitimar suas atitudes errôneas.
Desse modo,
práticas pecaminosas como a prostituição, fornicação, entre outros atos
imorais, passavam a ser consideradas comuns. Alguns membros da igreja tinham
uma tendência gnóstica e apregoavam a seguinte falácia: “O que se faz com o
corpo não o torna impuro, desde que se mantenha o espírito puro.” Como eles
tinham uma visão do corpo como uma matéria má, o que se fazia com o corpo não
tinha nenhum efeito na vida espiritual. Uma mentira do
Diabo.
2. Livre é
quem está “em Cristo”.
A Palavra de
Deus nos mostra que só tem a liberdade real, a verdadeira, quem está em Cristo.
A expressão “em Cristo” era querida pelo apóstolo, e aparece 86 vezes nas suas cartas,
isso sem considerar expressões análogas com o “nele” e “no qual”. Quando uma
palavra é usada com frequência por um autor, se torna uma palavra-chave para
interpretação do texto. Por isso, o apóstolo Paulo defende a sacralidade do
corpo de quem está em Cristo. Ele reforça na carta que Jesus morreu na cruz
para resgate tanto da parte espiritual quanto a material do ser humano, ou
seja, o corpo.
A falta de
respeito com o nosso corpo torna-o profano, em vez de objeto de glorificação a
Deus (v.19). O mundo ainda está debaixo da maldição do pecado. No entanto, em
Cristo é possível manter a integridade de uma vida cristã santa, à espera da
redenção final. Assim, Paulo recomenda viver a liberdade de Cristo, andando no
Espírito, vivendo em Cristo e dominando a vontade da carne.
3. O oposto
de estar em Cristo.
Na Carta aos
Romanos, o apóstolo usa uma expressão para caracterizar o oposto de estar “em
Cristo”, o estar “em Adão”. Alguns cristãos coríntios, em nome de uma liberdade
equivocada do estar em Cristo, na realidade estavam “em Adão”. Aos coríntios,
Paulo afirma que da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos
serão vivificados (1 Co 15.22). Para ele o estar “em Cristo”
remodela a vida humana em todas as suas esferas e aspectos (2 Co 5.17).
O novo
convertido passa a ser a imagem do próprio Cristo. A nova criatura “em Cristo” vive de um
modo inteiramente novo e em oposição às pessoas “sem Cristo”. Todos os seres
humanos estão “em Adão ”, até que passam , mediante a fé, a estar “em Cristo”.
A expressão “Em Cristo” descreve a posição da pessoa remida, livre da tirania
do pecado.
Pense!
Você tem vivido como nova criatura em Jesus Cristo?
Ponto Importante:
Se somos uma nova criatura “em Cristo” precisamos viver de um modo
inteiramente novo.
II – O PECADO
NO CORPO AFETA A ALMA E O ESPÍRITO (6.13-19)
1. O pecado
no corpo.
Paulo usa a expressão grega sarx, geralmente traduzida por “carne”, para designar a velha natureza do ser humano que pode impedi-lo de praticar o bem (Rm 7.5,18,25). O apóstolo estimula o crente a mortificar a carne e a ser servo da justiça para não pecar contra Deus (Rm 6.11,12). O pecado (hamartia) é errar o alvo, algo que se faz contra a vontade de Deus. Ele separa o ser humano de Deus, o escraviza e o destitui da glória divina (Rm 3.23).
Deus manifesta a sua ira (orgê) contra o pecado e toda
impiedade humana (Rm 1.18). Mas os salvos que estão em Cristo não estão
destinados para serem consumidos pela ira de Deus (1 Ts 5.9,10). Jesus destruiu
o poder do pecado na Cruz, na qual o crente está unido em Cristo para não mais
servir o pecado como escravo (Rm 6.6,7).
2. Corpo,
alma e espírito no Novo Testamento.
As Escrituras consideram o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se vê a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual. Por isso, na narrativa da criação, o ser humano é visto de forma integral. Apesar de ser conhecedor da cultura greco-romana, depois da sua conversão a Cristo, Paulo via o ser humano como um todo.
O apóstolo recomendava
a preservação tanto do espírito como do corpo. Nosso corpo somente passa a ser
habitação do Espírito quando, pela fé, entregamos nossas vidas a Jesus Cristo,
crendo no seu sacrifício remidor (Gl 3.1.2).
3. O corpo
como templo do Espírito Santo (vv.13-19).
Paulo
adverte a respeito do perigo das relações sexuais imorais adentrarem na igreja.
Em uma relação extraconjugal, o cristão profana o próprio corpo (vv.13,15).
Para preservar o corpo que é templo do Espírito Santo, o crente deve evitar a
imoralidade sexual. O apóstolo afirma também que o nosso corpo é templo do
Espírito Santo (v.19). O templo era um lugar de encontro com Deus, para uso
exclusivo de adoração ao Senhor. A intenção de Paulo é fazer com que as pessoas
se identificassem com a igreja, parte do Corpo de Cristo, santificando-se e
oferecendo seus corpos como sacrifícios vivos para louvor e glória de Deus (Rm
12.1,2).
Pense!
Seu corpo
tem sido templo, morada do Espírito Santo?
Ponto
Importante
Precisamos
oferecer nossos corpos como sacrifícios vivos para louvor e glória de
Deus.
III – A
IMORALIDADE É UMA TENTAÇÃO NA VIDA DO CRENTE
1. Fomos
comprados por bom preço: diga não à tentação (v.20a).
Com o
intuito de incentivar o cristão diante de uma tentação, ele destaca o preço da
justificação (v.20a). A doutrina da justificação expressa à mensagem do agir de
Deus para a salvação da humanidade. Quem procura estabelecer sua própria
justiça não é justificado, pois a justificação só pode ser alcançada por meio
da fé na obra vicária de Jesus. Logo, a igreja que não preserva esse princípio
tende ao liberalismo e a apostasia da fé.
A
Justificação pela fé é uma doutrina bíblica que acertadamente exclui a
necessidade de obras meritórias para a justificação do ser humano, porém, não
abre possibilidade para o outro extremo, do antinomismo, a desobrigação com a
lei moral. A Justificação precede o processo da santificação. Assim, uma vez
justificado, o cristão inicia o processo da santificação, que é permanente. Por isso,
diga não à tentação!
2. Resistir
à tentação e glorificar a Deus com o corpo e o espírito (v.20b).
Em Cristo, o ser humano pode renascer para uma vida plena com Ele. A graça tem muito mais a oferecer; sua porta está aberta e sua eficácia é infinitamente maior que a escravidão no pecado e a morte espiritual, pois a participação na morte (justificação) e na ressurreição de Cristo (glorificação) faz-nos passar da morte para a vida.
Assim, uma vez justificados e participantes do processo de santificação, os
crentes já vivem uma dimensão da vida eterna com Deus. A graça redentora de
Cristo assegura a entrada em uma vida interminável na presença de Deus, que não
se interrompe com a morte física.
3. Quem
resiste à tentação da imoralidade pertence a Deus (v.20c).
O crente vive
em uma constante guerra, por isso precisa lutar contra os desejos da carne que
se opõem aos desejos do Espírito (Gl 5.16-26). Para vencer os desejos da carne
é preciso fortalecer a vida espiritual, lendo a Palavra de Deus, orando,
jejuando, participando dos cultos e da comunhão com os santos.
Pense!
Você tem
fortalecido sua vida espiritual?
Ponto
Importante:
O crente
somente consegue vencer os desejos da carne lendo a Palavra de Deus, orando,
jejuando, participando dos cultos e da comunhão com os santos.
SUBSÍDIO 1
“Todas as
coisas me são lícitas “, diz Paulo, e repete a declaração em 10,23,
possivelmente um conceito tipicamente coríntio que o apóstolo Paulo cita
ironicamente. Os coríntios seguiam a filosofia do hedonismo, que afirmava ser o
prazer supremo bem da vida, portanto a busca do prazer, o alvo principal da
conduta humana. Os coríntios até afirmavam: ‘ Comamos e bebamos, que amanhã
morreremos’ (15.22). Mas Paulo contrabalança a declaração de ser tudo lícito
com duas considerações: determinadas atitudes ou ação traz benefício a mim e
aos outros? Conviria ao meu Mestre ou não? É esse princípio que devemos aplicar
hoje em benefício do nosso próprio corpo e espírito.
Paulo aplica o princípio inicialmente à comida. A religião daquele tempo (e até algumas modernas) exigia que seus adeptos obedecessem a longas listas de regulamentos, no tocante à alimentação. Concebia-se a abstinência de certas comidas como essencial à salvação. Mas o cristianismo é diferente. O pecador não é salvo por aquilo que faz, dispensa ou deixa de fazer, ele é salvo pela fé em Cristo. Ele, é portanto livre (Rm 1.16,17). Não somos salvos pelas obras, se não pela fé em Jesus Cristo. Somos livres ” (HOOVER, Thomas Reginald. Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro, CPAD, 1999, pp. 50,51).
SUBSÍDIO 2
“Infelizmente,
alguns dos crentes coríntios haviam abusado de sua liberdade, insistindo em
fazer o que bem entendiam com seus corpos. O versículo 13 parece sugerir que
eles estimavam o sexo em pé de igualdade com a alimentação. Paulo corrige esse
erro de forma direta. O corpo não é feito somente para comida, prazer e sexo:
‘O corpo é para o Senhor e o Senhor para o corpo’ (v. 13). O sexo praticado
dentro dos limites bíblicos (entre marido e esposa), é santo e ordenado por
Deus. O corpo do cristão pertence a Cristo; como, pois, poderia unir-se com uma
prostituta?’ (vv. 19,20).
É templo do
Espírito Santo; como, pois, poderia sujá-lo com sexo promíscuo, alianças
pecaminosas ou auto abuso; e como se atreveria a destruí-lo por hábitos
prejudiciais? Paulo mostra que o uso errado do sexo é imoral e ilógico, e a
liberdade cristã não abrange o ilógico e nem a imoralidade. Algumas pessoas
acham que Deus se interessa somente pelo nosso espírito, pois este se comunica
com Ele. Acreditam, portanto, que o que fazemos com o corpo não é importante”
(HOOVER, Thom as Reginald. Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios. Rio de Janeiro,
CPAD, 1999, p. 51).
CONCLUSÃO
Nesta lição
aprendemos que o ambiente imoral de Corinto estava influenciando o
comportamento dos membros da igreja. Alguns crentes coríntios, erroneamente, se
achavam livres para fazer o que bem entendessem com o seu corpo, mas eles, na
verdade, se tornaram escravos da carne. A verdade da liberdade está em Cristo .
Ser livre é poder dizer não à imoralidade e à prostituição e preservar o templo
do Espírito Santo.
HORA DA REVISÃO
1. De acordo
com a lição, quais os propósitos do sexo?
O sexo foi
criado por Deus com dois propósitos específicos: Dar continuidade à humanidade
(procriação) e usufruir do prazer sexual no casamento (heterossexual).
2. Fazer tudo
o que se deseja é liberdade cristã?
Fazer tudo o
que se deseja não é liberdade, mas escravidão (v.12).
3. Segundo a
lição, quem é realmente livre?
Livre é quem
está “em Cristo”.
4. O que a
falta de respeito pelo corpo o torna?
A falta de
respeito com o nosso corpo torna-o profano, em vez de objeto de glorificação a
Deus (v.19).
5. Segundo a
lição, qual é o oposto de estar “em Cristo”?
Na carta aos
Romanos, o apóstolo usa expressão para caracterizar o oposto de estar “em
Cristo”, o estar “em Adão”.