Lição 9: A oração do fariseu e do publicanos
28 de fevereiro de 2021
TEXTO DO DIA
“ […] Qualquer que a si mesmo se exaltar será
humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” (Lc
18.14)
SÍNTESE
Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus
nos ensina preciosas lições através das orações desses personagens.
Justificação, misericórdia divina, coração sincero e o valor da humildade são
alguns dos temas abordados.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Tm 1.15 Devemos
reconhecer que somos pecadores
TERÇA – 1 Pe 1.16 Deus é santo
QUARTA – Dn 4.29-33 Quando o orgulhoso é
humilhado
QUINTA – SI 46.1 Deus é o nosso refúgio
e fortaleza
SEXTA – Jo 1.12 Somos filhos de
Deus
SÁBADO – SL 23.1 O Senhor nos
basta
OBJETIVOS
•
Evidenciar o perigo da
glorificação do “eu” na oração do fariseu;
• Demonstrar a dinâmica da
misericórdia divina na oração do publicano.
TEXTO BÍBLICO
Lucas
18.9-14
9 E disse também esta parábola a uns que
confiavam em si mesmos, crendo que eram justos e desprezavam os outros:
10 Dois homens subiram ao templo, a orar. um,
fariseu, e o outro, publicano.
11 O fariseu, estando em pé, orava consigo
desta maneira: Ó Deus, graças te dou. porque não sou como os demais homens.
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano.
12 Jejuo duas vezes na semana dou os dízimos
de tudo quanto possuo.
13 O publicano, porém, estando em pé, de
longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para
sua casa, e não aquele, porque qualquer que a si mesmo se exalta será
humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
INTERAÇÃO
Vamos interagir? O tema de hoje é “criar problemas”!
Como assim? Vejamos: Quando levamos para a sala de aula “problemas” (questões)
e desafios a
serem superados, os alunos têm a oportunidade de
usarem na prática os conceitos que estão aprendendo. Você passa a ser um
mediador entre o aluno e a resolução dos questionamentos centrais na vida
deles.
Estimule seus alunos a criarem projetos e
buscarem soluções que promovam o alcance de metas ousadas. Provoque seus alunos
a construírem as perguntas que refletem os desafios que fazem parte dos seus
cotidianos. Elabore questões para serem solucionadas por seus alunos e
participe com eles nessa caminhada. Todos serão vitoriosos e desejosos de novos
desafios. Dessa forma, os objetivos de cada lição estudada serão alcançados de
forma mais eficaz e aprofundada. Vamos criar problemas”?
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Uma possibilidade bem interessante para
iniciar a abordagem desta lição com os seus alunos é a promoção de uma “mesa
redonda”. Mas, o que é isso? A mesa redonda é uma estratégia onde o professor
faz um grande círculo com alunos e organiza um debate sobre um tema específico.
O professor deve promover, no máximo, um direcionamento para que não se perca o
foco, porém é necessário respeitar o desenvolvimento crítico dos alunos acerca
do que está sendo debatido.
Ao final, ele faz uma síntese com os
principais pontos e apresenta para a classe Sugerimos que sejam feitas duas
“mesas redondas” ao mesmo tempo, uma para debater o orgulho” e seus efeitos na
sociedade e outra para argumentar sobre a “humildade” e sua relevância. Ao
final, reúna os apontamentos das duas “mesas” e apresente aos alunos.
INTRODUÇÃO
As parábolas eram amplamente utilizadas por
Jesus para ensinar as verdades acerca do Reino de Deus. Vamos estudar a do fariseu
e do publicano. Trata-se de dois homens que foram ao templo orar. Cada um
revelou uma postura completamente distinta da do outro. Um saiu ainda mais
imerso em pecado, ou outro, justificado voltou para a sua casa.
Cada oração proferida revelou um perfil
completamente distinto do outro: O primeiro, adorador de si mesmo e
descomprometido com Deus; o segundo, consciente de sua condição pecaminosa e
não merecedor da misericórdia, porém profundamente desejoso de ser
alcançado pela salvação.
I – A ORAÇÃO DO FARISEU
1. A aparência da santidade.
Assim que o fariseu chegou ao templo permaneceu em pé e
sozinho justamente para não se misturar com as demais pessoas que não eram
dignas de sua presença. Também buscou estar em uma posição que lhe conferisse
um destaque. Logo no início, falou: “não sou como os demais homens”, e começou
a apontar as falhas dos outros a fim de diminuí-los. Foi buscando ficar
sozinho, se exaltando por uma pretensa santidade.
O foco do fariseu não estava em mostrar as
suas imperfeições diante da perfeição divina, mas sim em evidenciar o quanto
era mais perfeito que a maioria dos homens. Ele orgulhava-se de ter, ao seu
ver, poucos pecados, permitindo-se mostrar mais santo do que todos os demais.
Um contraste com a ardente fala do apóstolo Paulo,
que confessou ser o principal dos pecadores (1 Tm 1.15).
No prefácio dessa parábola, Jesus usa uma
palavra para revelar uma grande falha no caráter do fariseu: Desprezar (Lc
18.9b) Esse verbo revela um egoísmo religioso repulsivo protagonizado por
pessoas como o fariseu. Nesse momento, dois pecados são condenados pelo Senhor:
Uma confiança indevida em si mesmo e o orgulho em desprezar os outros.
2. A glorificação do eu.
Ao passo que o publicano buscava
a misericórdia de Deus e assumia sua condição de pecador, o fariseu cometia uma
falta de considerável gravidade: A glorificação do seu próprio “eu”. Com
uma postura inflada e excessivamente autoconfiante, buscava adorar a um deus
chamado “orgulho próprio”, Em sua oração de aproximadamente três dezenas
de palavras, se autopromove sete vezes: Não sou como os demais não roubo, não
sou injusto, não adultero, não sou como o publicano,
jejuo e dou os dízimos.
Não há espaço ao Deus amoroso em sua fala,
apenas para a promoção de suas próprias “supostas” qualidades. É
importante destacarmos que quando nos inflamos de autoconfiança, desrespeitamos
o nosso próprio Deus e desprezamos o seu cuidado para conosco. A ação e o
cuidado de Deus para as nossas vidas requerem uma postura de completa renúncia
de nós mesmos e uma dependência de sua bondade e misericórdia.
Uma oração tão
cheia de orgulho jamais
alcançaria os ouvidos do nosso Pai.
3. Será humilhado.
A oração do
fariseu foi, se considerarmos o número de palavras, sete vezes mais extensa do
que a do publicano Além disso, foi construída com a finalidade de apresentar
alguém que, aos olhos do autor, deveria ser exaltado. Tal exaltação iniciou-se
já quando o homem procurou estar de pé à frente. Era uma “ode” a si
mesmo.
Essa oração é fruto de uma postura que jamais
poderemos aceitar em nossas vidas. Muitas histórias bíblicas nos revelam
momentos onde essa prática trouxe consequências lamentáveis para seus protagonistas:
Nabucodonosor (Dn
4.29-33), Hama (Et 6.1-12).
Absalão (2 Sm 18.30-33),
entre tantos outros. Em nossas trajetórias e experiências, fujamos dessa
armadilha terrível que é o “orgulho” e sejamos sempre conscientes de que Deus é
o nosso refúgio e a nossa fortaleza (Sl 46.1).
Descansemos nEle, O Mestre finaliza a
parábola enfatizando uma grande verdade: “…] qualquer que a si mesmo se exalta
será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc
18.14).
II – A ORAÇÃO DO
PUBLICANO
1. Sou um pecador.
Os
publicanos eram indesejados pelos judeus, pois eram os responsáveis pelo
recolhimento dos impostos. Entre alguns conhecidos do Novo Testamento podemos
citar os publicanos Mateus e Zaqueu. Muitas vezes eram impedidos de entrar nas
sinagogas e no templo e tinham poucas amizades, já que ninguém queria ser visto
em companhia de tais pessoas.
Porém, o publicano da parábola se encontrava
no templo buscando uma experiência com Deus e sentindo a profunda distância
entre o sagrado e a sua vida, envolta em falhas e pecados, Assim como o
fariseu, o publicano também orava sozinho, porém por um motivo muito diferente.
Enquanto o fariseu buscava a solidão para não ser contaminado com as
imperfeições dos demais, o publicano se distanciava dos outros por reconhecer
sua pecaminosidade e indignidade de estar ali.
Sua postura era de vergonha e humildade
aceitando publicamente a sua condição de pecador e culpado por suas
falhas. O pobre homem nem conseguia erguer a cabeça e apenas pronunciou
sete palavras carregadas de significado: “O Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!” (Lc 18.13) Uma oração que dava ênfase em três grandes verdades: Sou
pecador; mereço o castigo e imploro o perdão
2. Justificados por Deus.
O publicano, ao ouvir falar das verdades divinas, sentiu o
seu coração arder. A sua consciência acusava os seus pecados e o levava a um
incômodo crescente. Era preciso fazer algo! Enfim, para onde ir? Não havia para
onde fugir nem onde se esconder. só havia uma possibilidade Deus! Quando o
homem se percebe pecador, tem início o processo que o deixará pronto para ser
finalmente salvo,
O pecado implica separação de Deus, mas
quando confessamos o nosso pecado, vivemos uma ação que nos prepara para a
libertação e real transformação. Nesse momento, estamos prontos para confessar
nossas faltas e aceitar o sacrifício de Jesus. E no Filho de Deus, nos tornamos
filhos de Deus. Todos os que reconhecem a sua condição pecaminosa e
aceitam o sacrifício vicário de Cristo, recebem o poder de serem feitos filhos
de Deus, adotados na celeste família (Jo 1.12).
Quando somos adotados, passamos a ter em
Cristo o nosso referencial em todas as áreas da vida, das mais simples às mais
complexas. Enfim, passamos a fazer as coisas do mesmo jeito que Jesus
faria. Aquele desprezado e humilhado publicano, ao fazer sua oração, se
derramou diante de Deus: Poucas palavras foram suficientes para expressar sua
real condição e um grande desejo de regenerar-se. Uma bela transformação: De um
perdido pecador a um homem justificado por Deus.
3. Será exaltado.
O pobre
homem chegou diante de Deus com humildade e reconheceu a sua condição
pecaminosa. Não havia espaço para orgulho nem para sentimentos altivos, apenas
para o reconhecimento de sua condição pecaminosa e o profundo desejo de ser
Libertado e transformado, e assim foi. Segundo Jesus, isso foi justificado (Lc
18.14). Era o dia de iniciar uma nova vida, Ele humilhou-se, porém Jesus o
valorizou e o exaltou.
Ao que se exaltará restou a reprovação por
parte dos que entenderam a mensagem da parábola. E na humildade que nos
permitiu desenvolver a nossa dependência da ação divina. Não há maior exaltação
do ser humano do que gozar da íntima comunhão com Deus A glória não deve
repousar no homem, mas sim, a todo o tempo, emanar do Pai e assim ser bênção
sobre todos. Enfim, o Senhor é o nosso pastor, basta (SL 23.1).
SUBSÍDIO 1
“E importante lembrar que o publicano era
considerado pela sociedade como um todo, da mesma forma como era visto pelo
fariseu – uma companhia que só era adequada aos trapaceiros, vigaristas e
adúlteros. Hoje mal podemos imaginar o impacto do pronunciamento de Jesus de
que o publicano voltou do templo justificado diante de Deus, enquanto o fariseu
não. Não há nenhuma dúvida de que na mente de cada ouvinte havia uma pergunta
predominante: Como pode ser isto? Lucas responde esta pergunta quando apresenta
a parábola de Jesus.
As palavras de Cristo foram dirigidas a ‘uns
que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros’
(18,9). Muitos dos ouvintes avaliavam sua condição espiritual comparando-se com
os outros seres humanos De acordo com essa medida, alguns de nós podem parecer
muito bons! Sua descrição do publicano era também facilmente reconhecível.
Ninguém esperaria que um publicano entrasse no templo de forma confiante.
Ciente de seus muitos defeitos, tal pessoa ficaria em pé, de longe’ (18.13).
Normalmente o israelita adorador levantava
suas mãos quando orava (SL 28.2: 63.4). Em vez disso. O publicano batia em seu
peito, um ato simbólico que expressava pesar e culpa, e pronunciava apenas uma
palavra de apelo: ‘Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!’ (1813)”
(RICHARDS, Lawrence Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, Rio de
Janeiro: CPAD, 2008. pp. 181,182).
SUBSÍDIO 2
“Esta parábola tinha a finalidade de
convencer alguns que confiavam em si mesmos como justos, e que desprezavam ao
próximo. Deus vê com que disposição e propósito vamos a Ele nas santas
ordenanças. Aquilo que foi dito pelo fariseu demonstra que ele tinha confiança em
si mesmo de ser justo. Podemos supor que estava isento de pecados grosseiros e
escandalosos. Tudo isto era muito bom e recomendável. A condição daqueles que
não alcançam a justiça deste fariseu é miserável, ainda que este não tenha sido
aceito.
E por que não foi aceito? Ia ao templo para
orar, mas estava cheio de si mesmo e de sua própria bondade; não pensava que
valeria a pena pedir o favor e a graça de Deus. Tomemos o cuidado de não
apresentarmos orações orgulhosas ao Senhor e de desprezarmos o próximo. A
oração do publicano estava cheia de humildade e de arrependimento por causa do
pecado, e desejo de Deus. A sua oração foi breve, porém, com um objetivo: Que
Deus fosse propício a ele, que era um pecador. Bendito seja Deus, por termos
esta breve oração registrada, como uma oração respondida.
E que tenhamos a segurança de que aquele que
fez esta oração voltou justificado para a sua casa; assim será conosco se
orarmos como ele por meio de Jesus Cristo” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico
Matthew Henry, Rio de Janeiro, CPAD, 2002. p. 838).
CONCLUSÃO
Ao estudarmos as orações presentes na
parábola do fariseu e do publicano podemos perceber duas grandes verdades: O
quanto as aparências enganam e quão maravilhosa é a misericórdia de Deus por
nossas vidas. Que possamos, ao orar, buscar o Senhor com integridade e
sinceridade confessando nossas falhas, aceitando o sacrifício de Cristo e com
alegria celebrar a oportunidade que nos é dada em ser chamados filhos de
Deus.
HORA DA REVISÃO
1. O que o ser humano revela na prática da oração?
Revela a sua visão acerca do
mundo de si mesmo e de sua espiritualidade
2. Que palavra usada por Jesus revela uma grande falha de caráter no fariseu?
Desprezavam.
3. Como foi a atitude do fariseu no templo?
Ficou sozinho evitando os pecadores, exaltou
a sua santidade e promoveu a sua própria glorificação
4. Como foi a atitude do publicano no templo?
divina.
5. Quem foi verdadeiramente justificado?
O publicano.
Assembléia de Deus / IEADTC