TEXTO
ÁUREO
“ A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.” (Ez 18.20)
VERDADE
PRÁTICA
Para além da responsabilidade individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido destino
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
– Dt 24.16 Na lei de Moisés, cada um vive e morre pelos seus próprios atos
— Os pais não serão mortos por causa dos filhos, nem os filhos serão mortos por causa dos pais; cada um será morto pelo seu próprio pecado.
Deuteronômio 24:16
Terça – Ec 12.14 Os seres humanos são responsáveis pelos seus atos
Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.
Eclesiastes 12:14
Quarta
– Jr 31.29 A parábola das uvas verdes e os dentes, um ditado falso
Naqueles dias, já não dirão: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram."
Jeremias 31:29
Quinta
– Ez 18.2,3 Os exilados da Babilônia deviam rejeitar o uso dessa máxima
O que vocês querem dizer, vocês que ficam repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram"?
Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, vocês nunca mais repetirão esse provérbio em Israel.
Ezequiel 18:3
Ezequiel 18:2,3
Sexta
At 17.30 Deus oferece oportunidade de arrependimento aos pecadores
Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam.
Atos 17:30
Sábado – Jo 17.12 É possível o justo se desviar e perder a salvação
Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste; eu os protegi e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição,para que se cumprisse a Escritura.
João 17:12
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel
18.20-28
20
– A Alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o
pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a
impiedade do ímpio cairá sobre ele.
21
– Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar
todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não
morrerá.
22
– De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele;
pela sua justiça que praticou, viverá.
23
– Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não
desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?
24
– Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo
conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as
suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que
transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá.
25
– Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de
Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?
26
– Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela;
na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
27
– Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o Juízo
e a Justiça, conservará este a sua alma em vida.
28 – Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá,
Hinos Sugeridos: 71, 422, 484 da Harpa Cristã
PLANO
DE AULA
1-
INTRODUÇÃO
A
Salvação é individual. Você já deve ter ouvido essa expressão. É muito comum em
nossas igrejas. O que está por trás dessa expressão é a perspectiva da
responsabilidade individual diante de Deus. A Palavra de Deus mostra exatamente
essa perspectiva. O pecado é um ato individual e não há nada que o justifique
diante de Deus. A Única saída para o ser humano pecador é arrepender-se de seus
pecados e crê no Evangelho.
2-
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição:
I)
Explicar a máxima usada em Israel;
II)
Expor a respeito da abrangência da salvação;
III)
Pontuar a reação de Israel.
B)
Motivação: Vivemos um tempo em que as responsabilidades individuais são
solapadas pelas realidades contextuais. Há quem defenda que o criminoso não
pague pelos seus crimes por causa de sua ”circunstância econômica”. A Palavra
de Deus mostra que ricos e pobres, homens e mulheres, enfim, oser humano de
modo geral precisa se arrepender dos seus próprios pecados (Lm 3.39; At 3.19).
C)
Sugestão de Método: Até que aqui vimos três leis do ensino: a lei do professor,
a lei do aluno e a lei da comunicação. Agora veremos a quarta lei: a lei da
lição. Essa lei pode ser resumida pela seguinte sentença: ”a verdade a ser
ensinada deve ser aprendida através de uma verdade já conhecida”. Só se
apresenta um novo conceito depois que oconceito ensinado esteja bem
estabelecido. A partir dessa compreensão, você deve levar em conta:
1)
Certifique-se de que o aluno compreende o assunto A antes de apresentar o
assunto B (por exemplo, só ensine a respeito da salvação depois que os alunos
aprenderem a respeito da gravidade do pecado);
2)
Trace objetivos progressivos de ensino que constam na lição.
3-
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: Traga exemplos que mostrem o quanto o ser humano é responsável pelas
suas atitudes. A história de confissão do pecado do rei Davi traz um bom
exemplo para o fechamento desta lição.
4-
SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A)
Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto ”Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)” traz uma explicação teológica a respeito da relação do pecado dos pais com a vida dos filhos; 2) O texto ”Os Justos podem Cair da graça (Ez 18.21-32)” traz uma excelente abordagem a respeito da possibilidade da queda do justo.
INTRODUÇÃO
O ponto de partida desta lição é uma máxima muito usada em Jerusalém e, também, entre os exilados de Babilônia que diziam: ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” (Jr 31.29; Ez 18.2). Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.
Palavra-Chave: RESPONSABILIDADE
I –
SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL
1- Uma máxima equivocada.
O ditado popular ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” se baseava numa interpretação equivocada sobre o terceiro mandamento do Decálogo (Êx 20.5; Dt 5.9). A maldição não é hereditária, ela só permanece quando os filhos continuam nos pecados dos pais; veja a expressão ”daqueles que me aborrecem”. É um princípio divino estabelecido desde a lei de Moisés (Dt 24.16). Isso é lembrado na história de Israel (2 Rs 14.5,6).
2- Jeremias e Ezequiel trataram do assunto.
A palavra profética em Jeremias é escatológica. A seção de Jeremias 30-33 é o Livro da Consolação, que não foi editado separadamente como Lamentações, essa parte da profecia anuncia a restauração de Israel e de Judá e contempla o futuro glorioso da nação unificada. Esse oráculo está nesse contexto, como nos revela também a profecia no livro de Jeremias (Jr 31.29,30). É nesse contexto escatológico que nunca mais será pronunciado em Israel tal provérbio popular. Mas a proibição anunciada por Ezequiel é imediata (Ez 18.2,3).
3- O problema em nosso tempo.
A doutrina das “uvas verdes e dentes embotados” que predominou o imaginário popular de Israel (Jr 31.29; Ez 18.2) veio a ser parte do cardápio doutrinário de um movimento infiltrado em algumas igrejas conhecido como “Batalha Espiritual”. Essa parte do ensino é a conhecida extravagante doutrina da maldição hereditária. Quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus, logo, essa passagem do terceiro mandamento do Decálogo não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois eles se tornam em uma nova criatura, pois “as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Devemos orar e agir para que esses ensinos equivocados não prosperem em nossas igrejas (Jd v.3).
SINOPSE
I
A máxima popular ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” remetia à ideia de que os filhos pagariam os pecados dos pais.
II
– SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS
1- Há esperança para o pecador (vv. 21,22,23).
Essa ideia está muito clara no capítulo inteiro, que, para não deixar dúvidas, Ezequiel afirma de maneira direta (vv.4,20), reiterando diversas vezes com exemplos claros e ilustrações. A vontade de Deus é a salvação de todos os seres humanos para que ninguém se perca, e nisso o profeta antecipa o pensamento do Novo Testamento (Jo 5.40; 1Tm 2.4; 2Pe 3.9).
2- Refutando um pensamento fatalista (v.20).
Tanto os exilados na Babilônia como os que estavam em Judá e em Jerusalém acreditavam ou se justificavam numa ideia falsa de que estavam pagando pelos pecados dos pais, mesmo depois da destruição de Jerusalém (Lm 5.7). Deus proíbe o uso desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de Babilônia. Ele torna claro o pensamento bíblico da responsabilidade individual de maneira textual e direta (v.20). A palavra “alma”, nesse contexto, significa a própria pessoa.
3- Duas situações (vv.2,22,24).
O profeta explica, com clareza, os oráculos divinos sobre a relação de Deus com os seres humanos. Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de maldade, iniquidade e se volta para Deus, tal pessoa é perdoada, e se “fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá” (vv.21,22). Mas, se pelo contrário, o justo se desviar de sua justiça e cometer injustiça e iniquidade “conforme todas as abominações que faz o ímpio […] De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (v.24). É possível, sim, o salvo perder a salvação temporariamente (Lc 15.32) ou definitivamente (2 Pe 2.20-22).
SINOPSE
II
O ensino no livro de Ezequiel revela que a salvação está disponível a todos.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
RESPONSABILIDADE
INDIVIDUAL (EZ 18.1-20)
”Aqui Ezequiel se torna um teólogo. Ele é geralmente um pastor, preocupado com o cuidado e a cura das almas; ou ele é um profeta, que declara conselhos de Deus com franqueza e determinação. Mas aqui se trata de doutrina. […] O que Ezequiel diz é que, mesmo que os filhos possam sofrer por causa dos pecados dos seus pais em uma ordem natural de causa e efeito, Deus não vai castigar um filho pelos pecados do pai e também não considerará justo o filho injusto porque seu pai foi justo. Duas vezes no capítulo Ezequiel diz: a alma que pecar, essa morrerá (4,20)” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol.4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 456).
III
– SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL
1- Uma pergunta retórica (v.25).
Na verdade, são duas perguntas: ”Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?”. A pergunta retórica não espera resposta, trata-se de uma afirmação em forma de pergunta. É o que Javé afirma nessa passagem. Esses recursos estilísticos são frequentes nas Escrituras, veja esses exemplos: ”Não é Arão, o levita, teu irmão?” (Êx 4.14); ”Não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras e nem o poder de Deus?” (Mc 12.24; cf. Ez 8.6; Jo 4.35; 6.70; 1 Co 10.16). Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
2- Sobre a justiça.
Ezequiel deixa claro mais que o sol do meio-dia que a lei da responsabilidade individual é justa e está de acordo com os atributos divinos. Esse atributo é manifesto no castigo do pecador e na premiação do justo: ”o qual recompensará cada um segundo as suas obras” (Rm 2.6). Esse atributo se harmoniza com a santidade de Deus. A Bíblia declara, com todas as letras, que somente. Deus é justo, considerando justiça como atributo, no sentido absoluto de perfeição: ”Deus é um juiz justo” (Sl 7.11).
3- O arrependimento (vv. 27,28).
Deus é justo e misericordioso. A retribuição ao pecador contumaz vem depois de muitos anos de apelo ao arrependimento sem resposta do povo. A resposta dada aos críticos deixa claro também que, mesmo o ímpio na sua impiedade, deixando o pecado e voltando a praticar a justiça, tem o perdão. Todos precisam de arrependimento e buscar o perdão de Deus e não acusar o próprio Deus (Is 55.6,7; At 3.19). Essa história se repete em nossos dias, porque é tendência dessas pessoas culparem a Deus pelas suas mazelas. Devemos levar a Palavra de Deus a essas pessoas, pois nenhuma felicidade pode ser plena sem Jesus.
SINOPSE
III
A acusação dos exilados em Babilônia contra Javé, seu Deus, de injustiça, se reverte contra eles mesmos.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
OS
JUSTOS PODEM CAIR DA GRAÇA (EZ 18.21-32)
”Ezequiel explica que se o ímpio se converter de todos os seus pecados […] certamente viverá (21). Deus tem prazer em dar-lhe vida (23). Por outro lado, o profeta pergunta: desviando-se o justo da sua justiça […] porventura viverá? (24). A resposta é: ”Não”. De todas.as suas justiças […] não se fará memória (‘Nenhum de seus atos justos será lembrado’, NVI) […] e no seu pecado com que pecou, neles morrerá (24). O profeta explica mais adiante: Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá (26). Essa pessoa realmente foi justa e realmente caiu de graça. Se ela não voltar para Deus, mas morrer em seu estado caído, sofrerá a ira santa de Deus. A ideia, aceita amplamente no Protestantismo, de que se alguém tornar-se um cristão não pode cair da graça e perder-se vai contra o ensino desse texto. Isso foi ensinado por João Calvino (1509-1564), pelos calvinistas nos tempos de Jacó Armínio, e continua sendo ensinado por muitos teólogos calvinistas, que, mesmo assim, aceitam o arminianismo em outros pontos importantes – e.g. que qualquer pessoa pode ser salva. É difícil entender como alguém pode conciliar a teologia de ‘uma vez na graça, sempre na graça’ como claro ensino bíblico dessa passagem” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 456,57).
CONCLUSÃO
Depois de refutar o imaginário popular de que Deus estivesse sendo injusto pelo castigo do povo, o profeta chama os seus leitores para uma reflexão. Esse discurso soteriológico é muito importante e continua atual na vida da igreja e na pregação cristã. É nossa responsabilidade levar essa mensagem aos perdidos da terra.
REVISANDO
O CONTEÚDO
1- O que significava a máxima “os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”?
Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por
causa dos pecados de seus antepassados.
2- Como se chama o movimento que hoje segue esse pensamento das uvas verdes e dentes embotados?
Esse movimento é conhecido como “Batalha Espiritual” que
inclui a doutrina da maldição hereditária.
3– Por que Deus proibiu o uso desse ditado popular em Israel?
Deus proíbe o uso
desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel
fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de
Babilônia.
4- Qual a conclusão depois de Ezequiel explicar a verdade e apresentar os fatos?
Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os
caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
5- Qual a tendência das pessoas hoje ao explicar suas aflições?
É tendência dessas
pessoas culparem a Deus pelas suas mazelas.
Pb.
Rogério Faustino
Neweb
Compromisso
com a Palavra