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LIÇÃO 07: A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL

 

TEXTO ÁUREO

“ A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.” (Ez 18.20)

VERDADE PRÁTICA

Para além da responsabilidade individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido destino

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Dt 24.16 Na lei de Moisés, cada um vive e morre pelos seus próprios atos

— Os pais não serão mortos por causa dos filhos, nem os filhos serão mortos por causa dos pais; cada um será morto pelo seu próprio pecado.

Deuteronômio 24:16

Terça – Ec 12.14 Os seres humanos são responsáveis pelos seus atos

Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.

Eclesiastes 12:14

Quarta – Jr 31.29 A parábola das uvas verdes e os dentes, um ditado falso

Naqueles dias, já não dirão: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram."

Jeremias 31:29

Quinta – Ez 18.2,3 Os exilados da Babilônia deviam rejeitar o uso dessa máxima

O que vocês querem dizer, vocês que ficam repetindo este provérbio a respeito da terra de Israel: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram"?
Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, vocês nunca mais repetirão esse provérbio em Israel.

Ezequiel 18:3

Ezequiel 18:2,3

Sexta At 17.30 Deus oferece oportunidade de arrependimento aos pecadores

Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam.

Atos 17:30

Sábado – Jo 17.12 É possível o justo se desviar e perder a salvação

Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste; eu os protegi e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição,para que se cumprisse a Escritura.

João 17:12

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ezequiel 18.20-28

20 – A Alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.

21 – Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá.

22 – De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá.

23 – Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?

24 – Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá.

25 – Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?

26 – Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.

27 – Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o Juízo e a Justiça, conservará este a sua alma em vida.

28 – Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá,

Hinos Sugeridos: 71, 422, 484 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO

A Salvação é individual. Você já deve ter ouvido essa expressão. É muito comum em nossas igrejas. O que está por trás dessa expressão é a perspectiva da responsabilidade individual diante de Deus. A Palavra de Deus mostra exatamente essa perspectiva. O pecado é um ato individual e não há nada que o justifique diante de Deus. A Única saída para o ser humano pecador é arrepender-se de seus pecados e crê no Evangelho.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Explicar a máxima usada em Israel;

II) Expor a respeito da abrangência da salvação;

III) Pontuar a reação de Israel.

B) Motivação: Vivemos um tempo em que as responsabilidades individuais são solapadas pelas realidades contextuais. Há quem defenda que o criminoso não pague pelos seus crimes por causa de sua ”circunstância econômica”. A Palavra de Deus mostra que ricos e pobres, homens e mulheres, enfim, oser humano de modo geral precisa se arrepender dos seus próprios pecados (Lm 3.39; At 3.19).

C) Sugestão de Método: Até que aqui vimos três leis do ensino: a lei do professor, a lei do aluno e a lei da comunicação. Agora veremos a quarta lei: a lei da lição. Essa lei pode ser resumida pela seguinte sentença: ”a verdade a ser ensinada deve ser aprendida através de uma verdade já conhecida”. Só se apresenta um novo conceito depois que oconceito ensinado esteja bem estabelecido. A partir dessa compreensão, você deve levar em conta:

1) Certifique-se de que o aluno compreende o assunto A antes de apresentar o assunto B (por exemplo, só ensine a respeito da salvação depois que os alunos aprenderem a respeito da gravidade do pecado);

2) Trace objetivos progressivos de ensino que constam na lição.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Traga exemplos que mostrem o quanto o ser humano é responsável pelas suas atitudes. A história de confissão do pecado do rei Davi traz um bom exemplo para o fechamento desta lição.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e sub­sídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto ”Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)” traz uma explicação teológica a respeito da relação do pecado dos pais com a vida dos filhos; 2) O texto ”Os Justos podem Cair da graça (Ez 18.21-32)” traz uma excelente abordagem a respeito da possibilidade da queda do justo.

INTRODUÇÃO

O ponto de partida desta lição é uma máxima muito usada em Jerusalém e, também, entre os exilados de Babilônia que diziam: ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” (Jr 31.29; Ez 18.2). Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.

Palavra-Chave: RESPONSABILIDADE

I – SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL

1- Uma máxima equivocada. 

O ditado popular ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” se baseava numa interpretação equivocada sobre o terceiro mandamento do Decálogo (Êx 20.5; Dt 5.9). A maldição não é hereditária, ela só permanece quando os filhos continuam nos pecados dos pais; veja a expressão ”daqueles que me aborrecem”. É um princípio divino estabelecido desde a lei de Moisés (Dt 24.16). Isso é lembrado na história de Israel (2 Rs 14.5,6).

2- Jeremias e Ezequiel trataram do assunto. 

A palavra profética em Jeremias é escatológica. A seção de Jeremias 30-33 é o Livro da Consolação, que não foi editado separadamente como Lamentações, essa parte da profecia anuncia a restauração de Israel e de Judá e contempla o futuro glorioso da nação unificada. Esse oráculo está nesse contexto, como nos revela também a profecia no livro de Jeremias (Jr 31.29,30). É nesse contexto escatológico que nunca mais será pronunciado em Israel tal provérbio popular. Mas a proibição anunciada por Ezequiel é imediata (Ez 18.2,3).

3- O problema em nosso tempo. 

A doutrina das “uvas verdes e dentes embotados” que predominou o imaginário popular de Israel (Jr 31.29; Ez 18.2) veio a ser parte do cardápio doutrinário de um movimento infiltrado em algumas igrejas conhecido como “Batalha Espiritual”. Essa parte do ensino é a conhecida extravagante doutrina da maldição hereditária. Quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus, logo, essa passagem do terceiro mandamento do Decálogo não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois eles se tornam em uma nova criatura, pois “as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Devemos orar e agir para que esses ensinos equivocados não prosperem em nossas igrejas (Jd v.3).

SINOPSE I

A máxima popular ”Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” remetia à ideia de que os filhos pagariam os pecados dos pais.

II – SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS

1- Há esperança para o pecador (vv. 21,22,23). 

Essa ideia está muito clara no capítulo inteiro, que, para não deixar dúvidas, Ezequiel afirma de maneira direta (vv.4,20), reiterando diversas vezes com exemplos claros e ilustrações. A vontade de Deus é a salvação de todos os seres humanos para que ninguém se perca, e nisso o profeta antecipa o pensamento do Novo Testamento (Jo 5.40; 1Tm 2.4; 2Pe 3.9).

2- Refutando um pensamento fa­talista (v.20). 

Tanto os exilados na Babilônia como os que estavam em Judá e em Jerusalém acreditavam ou se justificavam numa ideia falsa de que estavam pagando pelos pecados dos pais, mesmo depois da destruição de Jerusalém (Lm 5.7). Deus proíbe o uso desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de Babilônia. Ele torna claro o pensamento bíblico da responsabilidade individual de maneira textual e direta (v.20). A palavra “alma”, nesse contexto, significa a própria pessoa.

3- Duas situações (vv.2,22,24). 

O profeta explica, com clareza, os oráculos divinos sobre a relação de Deus com os seres humanos. Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de maldade, iniquidade e se volta para Deus, tal pessoa é perdoada, e se “fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá” (vv.21,22). Mas, se pelo contrário, o justo se desviar de sua justiça e cometer injustiça e iniquidade “conforme todas as abominações que faz o ímpio […] De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (v.24). É possível, sim, o salvo perder a salvação temporariamente (Lc 15.32) ou definitivamente (2 Pe 2.20-22).

SINOPSE II

O ensino no livro de Ezequiel revela que a salvação está disponível a todos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL (EZ 18.1-20)

”Aqui Ezequiel se torna um teólogo. Ele é geralmente um pastor, preocupado com o cuidado e a cura das almas; ou ele é um profeta, que declara conselhos de Deus com franqueza e determinação. Mas aqui se trata de doutrina. […] O que Ezequiel diz é que, mesmo que os filhos possam sofrer por causa dos pecados dos seus pais em uma ordem natural de causa e efeito, Deus não vai castigar um filho pelos pecados do pai e também não considerará justo o filho injusto porque seu pai foi justo. Duas vezes no capítulo Ezequiel diz: a alma que pecar, essa morrerá (4,20)” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol.4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 456).

III – SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL

1- Uma pergunta retórica (v.25). 

Na verdade, são duas perguntas: ”Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?”. A pergunta retórica não espera resposta, trata-se de uma afirmação em forma de pergunta. É o que Javé afirma nessa passagem. Esses recursos estilísticos são frequentes nas Escrituras, veja esses exemplos: ”Não é Arão, o levita, teu irmão?” (Êx 4.14); ”Não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras e nem o poder de Deus?” (Mc 12.24; cf. Ez 8.6; Jo 4.35; 6.70; 1 Co 10.16). Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.

2- Sobre a justiça. 

Ezequiel deixa claro mais que o sol do meio-dia que a lei da responsabilidade individual é justa e está de acordo com os atributos divinos. Esse atributo é manifesto no castigo do pecador e na premiação do justo: ”o qual recompensará cada um segundo as suas obras” (Rm 2.6). Esse atributo se harmoniza com a santidade de Deus. A Bíblia declara, com todas as letras, que somente. Deus é justo, considerando justiça como atributo, no sentido absoluto de perfeição: ”Deus é um juiz justo” (Sl 7.11).

3- O arrependimento (vv. 27,28). 

Deus é justo e misericordioso. A retribuição ao pecador contumaz vem depois de muitos anos de apelo ao arrependimento sem resposta do povo. A resposta dada aos críticos deixa claro também que, mesmo o ímpio na sua impiedade, deixando o pecado e voltando a praticar a justiça, tem o perdão. Todos precisam de arre­pendimento e buscar o perdão de Deus e não acusar o próprio Deus (Is 55.6,7; At 3.19). Essa história se repete em nossos dias, porque é tendência dessas pessoas culparem a Deus pelas suas mazelas. Devemos levar a Palavra de Deus a essas pessoas, pois nenhuma felicidade pode ser plena sem Jesus.

SINOPSE III

A acusação dos exilados em Babilônia contra Javé, seu Deus, de injustiça, se reverte contra eles mesmos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

OS JUSTOS PODEM CAIR DA GRAÇA (EZ 18.21-32)

”Ezequiel explica que se o ímpio se converter de todos os seus pecados […] certamente viverá (21). Deus tem prazer em dar-lhe vida (23). Por outro lado, o profeta pergunta: desviando-se o justo da sua justiça […] porventura viverá? (24). A resposta é: ”Não”. De todas.as suas justiças […] não se fará memória (‘Nenhum de seus atos justos será lembrado’, NVI) […] e no seu pecado com que pecou, neles morrerá (24). O profeta explica mais adiante: Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá (26). Essa pessoa realmente foi justa e realmente caiu de graça. Se ela não voltar para Deus, mas morrer em seu estado caído, sofrerá a ira santa de Deus. A ideia, aceita amplamente no Protestantismo, de que se alguém tornar-se um cristão não pode cair da graça e perder-se vai contra o ensino desse texto. Isso foi ensinado por João Calvino (1509-1564), pelos calvinistas nos tempos de Jacó Armínio, e continua sendo ensinado por muitos teólogos calvinistas, que, mesmo assim, aceitam o arminianismo em outros pontos importantes – e.g. que qualquer pessoa pode ser salva. É difícil entender como alguém pode conciliar a teologia de ‘uma vez na graça, sempre na graça’ como claro ensino bíblico dessa passagem” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 456,57).

CONCLUSÃO

Depois de refutar o imaginário popu­lar de que Deus estivesse sendo injusto pelo castigo do povo, o profeta chama os seus leitores para uma reflexão. Esse discurso soteriológico é muito importante e continua atual na vida da igreja e na pregação cristã. É nossa responsabilidade levar essa mensagem aos perdidos da terra.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- O que significava a máxima “os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”? 

Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.

2- Como se chama o movimento que hoje segue esse pensamento das uvas verdes e dentes embotados? 

Esse movimento é conhecido como “Batalha Espiritual” que inclui a doutrina da maldição hereditária.

3– Por que Deus proibiu o uso desse ditado popular em Israel? 

Deus proíbe o uso desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de Babilônia.

4- Qual a conclusão depois de Ezequiel explicar a verdade e apresentar os fatos? 

Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.

5- Qual a tendência das pessoas hoje ao explicar suas aflições? 

É tendência dessas pessoas culparem a Deus pelas suas mazelas.

Pb. Rogério Faustino

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