Lição 6- Jeremias: A oração e o lamento de um profetas
07 de fevereiro de 2021
TEXTO DO DIA
“E estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR:
Eis que ponho as minhas palavras na tua boca.” (Jr 1.9).
SÍNTESE
Devemos buscar a vontade de Deus para nossas vidas diariamente,
pois a vontade do Senhor é boa, agradável e perfeita. Busquemos o
arrependimento.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Jr 1.4-10 Alguém com um chamado
TERÇA – GL 1.15 Chamado desde o ventre
materno
QUARTA – Is 55.6 Busquemos enquanto podemos
achá-lo
QUINTA – Rm 10.9 Confessar e crer
SEXTA – At 4.12 Em Jesus somos salvos
SÁBADO – At 2.38 Busquemos o
arrependimento
OBJETIVOS
REFLETIR acerca da vocação e a primeira visão de Jeremias;
SINTETIZAR como se deu o juízo do Senhor sobre
Judá;
MOSTRAR que a oração de Jeremias em favor do
povo foi em vão.
TEXTO BÍBLICO
Jeremias
14.7-12
7 Posto que as nossas maldades testificam contra nós, O SENHOR
opera tu por amor do teu nome: porque as nossas rebeldias se multiplicaram,
contra ti pecamos.
8 Oh! Esperança de Israel, Redentor seu no tempo da angústia! Por
que serias como um estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a
passar a noite?
9 Por que serias como homem cansado, como valoroso que não pode
livrar ? Mas tu estás no meio de nós, O SENHOR, e nós somos chamados pelo teu
nome: não nos desampares,
10 Assim diz o SENHOR acerca deste povo: Pois que tanto amaram o
afastar-se e não detiveram os pės, por isso, O SENHOR se não agrada deles, mas
agora se lembrará da maldade deles e visitará os seus pecados.
11 Disse-me mais o SENHOR Não rogues por este povo para bem.
12 Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e quando oferecerem
holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes, eu os
consumirei pela espada, e pela fome, e pela peste.
INTRODUÇÃO
Essa semana estudaremos acerca de um profeta que viveu um dos
momentos mais difíceis do povo judeu. Vamos aprender valiosas lições por
intermédio da vida desse homem que dedicou a sua vida à obra de Deus. Nascido
em uma pequena vila próxima a Jerusalém,
foi filho de um sacerdote e
nunca veio a se casar, dedicando-se de forma intensa ao ministério profético
por quatro décadas.
I – AVOCAÇÃO
E A PRIMEIRA VISÃO DE JEREMIAS
1. Um jovem com uma vocação.
Jeremias
foi chamado por Deus ainda muito jovem, provavelmente, aos vinte e cinco anos
de idade. Esse fato, em um primeiro momento o deixou muito surpreso. Imagine,
um moço tímido que ainda se considerava uma criança (Jr 16)
sendo chamado diretamente pelo Altíssimo para
ser um profeta levando a mensagem sagrada as nações. Sem dúvida, um grande
desafio!
O chamado desse jovem moço é registrado na Bíblia Sagrada com
belíssimas e inspiradoras palavras: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te
conheci: e antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por
profeta. Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. Olha, ponho-te neste dia
sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para
destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares” (Jr
1.4-10).
Essas são palavras de grande poder proferidas pelo Senhora um moço
surpreso, porém, a partir de então, convicto de sua missão.
2. Vejo uma vara de amendoeira.
Há uma
peculiaridade nas amendoeiras que nasciam nas terras de Israel e Judá as flores
rosadas, bem clarinhas, cobria as pequenas árvores quase que por completo
quando era chegado o mês de janeiro, Esse fato sinaliza o final do inverno e o
início da primavera. Era um sinal da planta vigilante de que um novo ciclo
começa: Talvez seja esse o motivo do nome em hebraico para a amendoeira ser
“shoked, ou seja, “vigilante”
O que significa essa primeira visão (Jr 1.11,12)? Uma maravilhosa
constatação: Deus é fiel e cumpre a sua palavra! No tempo certo a resposta do
Senhor se fará presente. Assim como a amendoeira anuncia a chegada da
primavera, as profecias de Jeremias anunciavam a proximidade do juízo do
Senhor. A Palavra
de Deus iria se cumprir. O profeta era apenas aquele que
anunciaria o juízo, já a obra seria realizada pelo Altíssimo.
3. Há um chamado para você!
O chamado é
algo muito relevante em nossas vidas. Foi através de seus chamados que grandes
personagens da Bíblia entendem os propósitos de Deus em suas vidas, vejamos:
Sansão (Jz 13.5).
Isaías (Is 6.1). Paulo (Gl 1.15).
entre tantos outros. Também encontramos muitos personagens da história da
igreja que dedicaram suas vidas de forma intensa a uma causa, e tudo começou
com um chamado Vejamos os exemplos de Lutero. Finney, Wesley. Moody, Vingren e
Berg.
Só uma coisa pode trazer paz ao coração de quem tem um chamado:
Atender prontamente ao convite de Deus para colocar as mãos no arado!
Comprometa-se com a vontade de Deus e permita-se ser uma bênção aonde for, O
Pai Amado nos chama e coloca em nossas mãos uma grande obra a ser feita (Ne
6:3).
II – A REBELIÃO DO POVO E A
INVASÃO ESTRANGEIRA ANUNCIADA
1. Um povo rebelde.
Deus
sempre buscou derramar bênçãos sobre seus filhos, mas para tudo há limite. Uma
história que tinha tudo para ser repleta das bênçãos de um Pai Amoroso sobre um
povo escolhido encaminha-se para um desfecho trágico. Deus esperava do povo
fidelidade, gratidão e um compromisso de obediência. O povo deu ao Senhor o
contrário: infidelidade, ingratidão e uma total rebeldia.
Um grande exemplo dessa rebeldia vinha dos próprios reis. Vejamos
o caso de Jeoaquim. Certa vez, quando Nabucodonosor já iniciava sua campanha de
dominação, Jeremias profetizou condenando os atos praticados e pregou o
arrependimento embora o juízo já se mostrava iminente Jeremias alertara o rei
que todos os eventos que estavam acontecendo representavam um exílio que
duraria 70 anos (Jr 25:1-14).
Todas essas palavras foram escritas e entregues nas mãos do rei.
Sabe qual foi a postura real? Será que o Jeoaquim se arrependerá e buscou o
perdão? Não, ele simplesmente ficou em pedaços a profecia e a jogou no fogo (Jr
36.9-26)! O resultado, todos sabemos.
O povo era rebelde porque seus líderes eram rebeldes Como esperar
fidelidade de uma nação cujos reis haviam se afastado tanto dos caminhos de
Deus? Poucas eram as vozes que pregavam uma conversão e o retorno à comunhão
com Deus. A consequência desse afastamento se concretizou nos tempos de
Jeremias, um profeta menosprezado.
2. O profeta menosprezado.
Jeremias tinha
um chamado muito especial: As mensagens que Deus lhe dera eram tanto de
destruição quanto de edificação (Jr 1.10). Tudo dependerá de como suas
profecias seriam recebidas nos corações das pessoas a que se destinavam
O profeta anunciava a necessidade de arrependimento e conversão,
mas sabia o fim que estava determinado aquele povo. Constantemente apontava os
graves pecados cometidos pelo povo (Jr 6.1-30. 13.15-27. 16:10-13), mas era
hostilizado e desprezado. Restou-lhe a profunda dor de ver a sentença ser
cumprida: Viveu para assistir toda a destruição que se seguirá Levada a termo
pelos exércitos babilônicos.
Iniciava-se ali os tristes anos do exílio de Judá na Babilônia.
Restava ao profeta menosprezado, o choro e o lamento. A vida do profeta
Jeremias era marcada por muito sofrimento. Tudo isso lhe causou uma série de
lutas interiores e tormentos. Porém, era um homem profundamente
comprometido com Deus e a com a ousadia necessária para proferir suas
profecias, apesar das grandes resistências e perseguições
O custo pessoal a Jeremias foi grande, Nascido em meio a muita
alegria (Jr 20.15) em pleno ministério chegou a amaldiçoar o dia do seu
nascimento (Jr 20.14). Em outro momento de profunda dor chegou a declarar: “Ai
de mim, minha mãe! Por que me deste à luz …”. Jr 15.10.
Grande e o preço pago, mas vale a pena dizer sim ao chamado e cumprir a missão
dada pelo nosso Amado Deus.
3. Deus usa quem Ele quer.
O povo
de Judá acreditava que nada poderia acontecer com eles, pois nenhum povo pagão
entraria em Jerusalém, a cidade santa. Mas, não foi isso que aconteceu O juízo
veio pelas mãos dos babilônios. Mas será que o poder de Deus não foi suficiente
para proteger a cidade sagrada? Nada disso! Deus é soberano e usa de sua
soberania para comandar quem Ele quer. Da mesma forma que endureceu o coração
do Faraó (Ex 9.12) e lançou os Assírios para levarem juízo a Israel (2 Rs
17.5.6), agora estava levantando os babilônios para disciplinar o povo de Judá
(2 Cr 36.6).
Igualmente anos mais tarde, usaria os persas para viabilizarem a
reconstrução dos muros de Jerusalém através de Neemias (Ne
2.6). Deus é soberano e usa quem Ele quer, quem Deus usou como instrumento para
realizar a sua obra? Um povo que não o adorava e ainda mais envolvido com
pecados e injustiças do que Judá. Isso nos mostra que Ele está no controle
absoluto da história. Ele levantareis e os faz cair (Dn 2.21). Vamos dar
ouvidos a essa verdade e sempre estarmos prontos a dizer: “Eis-me aqui,
envia-me a mim” (Is 6.8).
III – JEREMIAS, EM VÃO,
INTERCEDE PELO POVO (Jr 14)
1. O profeta intercede pelo povo.
Jeremias
mais uma vez intercedeu pelo povo (Jr 14). Era chegada uma época de grande
calamidade e o juízo estava próximo Mas uma intercessão por quem não se
arrepende gera poucos efeitos
Além do mal que se aproximava, uma grande seca assolava a todos e,
aqueles que rejeitaram a Deus, a fonte de água viva, agora estavam também sema
água natural Os Poços se secaram e os céus não mais enviará mais chuvas A Erva
secou as plantações não geraram seus mantimentos. A fome e a sede desafiaram
aqueles que escarneceram a Deus e ofenderam a sua santidade.
Deus esperava do povo o arrependimento e o desejo de buscar a
santidade. O povo, porém apenas expõe o desespero pelos confortos que já não
encontravam mais. também a miséria, a violência, a fome e as práticas
pecaminosas foram intensificadas levando as pessoas ao lamento, porém sem
arrependimento. As maldades do povo de Judá testificam contra eles. Era chegado
o tempo, a amendoeira floresceu.
Jeremias chorou e intercedeu. Mas não há salvação sem
arrependimento e uma total transformação de vida! Que os nossos dias possam
aprender com os episódios do ocaso de Judá, que nossa geração possa buscar o
Senhor enquanto se pode achar (Is 55.6).
2. Um Deus de fidelidade e de promessas.
Mesmo
em meio à caótica situação havia uma firme esperança Deus é fiel cumpre suas
promessas (Dt 431). Jeremias proclamara uma esperança futura para o povo de
Israel e um tempo de vitória (Jr 30 a 33) Israel e Judá voltariam à Terra
Prometida, para tempos de renovo e uma nova aliança (Jr 3131).
Desde os tempos dos primeiros seres humanos, a vontade do Senhor
era clara: Ver pessoas criadas à sua imagem e semelhança gozando de plena
comunhão como Criador. Porém, com a queda do homem da mulher essa realidade foi
radicalmente alterada (Gn
3), mas, o Pai Amado desenhou uma estratégia infalível: O Plano
Divino para Redenção da Humanidade (Jo 3.16).
Mediante o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário (Lc 23.33-43). uma
nova realidade se descortinava aos seres humanos e a porta da salvação
finalmente estava aberta (Rm 10.9).
3. A oração que Deus não ouve.
Muitos são
os motivos que impedem que as orações sejam atendidas por Deus. Um claro
exemplo disso encontramos nas orações de intercessão feitas em prol do povo.
Por mais que Jeremias intercedesse. o juízo se cumpriu e o Império Babilônico
foi o instrumento usado por Deus nesse momento lamentável da história
humana,
Veja a seguir alguns dos motivos para que Deus não ouça as orações
(lembremos que há muitos outros motivos, aqui destacaremos os que encontramos
no contexto de Jeremias): Por pedir mal ou movido por razões egoístas (Tg 4.3)
por não ter chegado o tempo de Deus (Ec 8.6); por orarmos sem fé (Tg 1.6-8);
por mesmo orando, permanecer no pecado (o 931); por orarmos de forma indigna
(Ml 1.7-9); entre tantos outros.
O Pai deseja atender ao clamor de seus filhos, mas é preciso que
estejamos envolvidos pela sua presença. Deus não quer apenas dar uma bênção,
Ele quer que gozemos de sua presença e vivamos cheios do Santo Espírito. Assim
como nos dias de Moisés (Ex 33), a presença de Deus continua sendo
infinitamente melhor do que todas as bênçãos que Ele pode nos conceder.
Precisamos ter essa verdade sempre vivida em nossas mentes: O melhor de Deus é
a sua presença aconchegante em nossas vidas!
SUBSÍDIO
“O povo chorava, mas era melhor o pranto do seu transtorno e do
seu pecado do que o da sua oração. Sejamos agradecidos pela misericórdia da
água, para que não aprendamos a valorizá-la somente ao sentir a sua escassez.
[…] O povo não é dado a orar, mas o profeta ora por eles, e estes confessam o
pecado com humildade. Os nossos pecados não só nos acusam como falam contra
nós. Nossas melhores alegações em oração são aquelas tomadas da glória de Deus.
Devemos temer mais que Deus se retire do que a perda do consolo
que temos por parte das criaturas. Ele deu a sua Palavra a Israel para que
tivessem esperança nela. Na oração devemos nos mostrar mais interessados pela
glória de Deus do que por nosso próprio consolo. E. se agora nós voltamos para o
Senhor. Ele nos salvará para a glória da sua graça, LI O Senhor chama aos
judeus de “este povo”. Eles haviam abandonado o seu serviço, portanto, os
castigaria conforme os seus pecados, e proibiu que Jeremias os defendesse.
Os falsos profetas eram os mais criminosos. O Senhor pronunciou a
condenação contra eles, mas como o povo se agradava de agir assim, não
escapariam dos juízos. Os falsos mestres alentam os homens a terem expectativas
de paz e salvação sem arrependimento, fé, conversão nem santidade de vida”
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
p. 621).
CONCLUSÃO
Nesta lição estudamos acerca de um momento lamentável para o povo
de Judá: O juízo de Deus havia chegado. As orações não eram mais ouvidas e tudo
o que restava era esperar o dia da chegada daqueles que empunhavam as espadas.
Mas grandes aprendizados também podem ser obtidos com o estudo desses
episódios, lembremos: Deus nos ama e deseja que gozemos de sua maravilhosa presença,
devemos sempre estar atentos ao chamado de Deus: confiemos nas promessas de
Senhor Ele é fiel e justo!
HORA DA
REVISÃO
1. Qual a desculpa que Jeremias deu quando foi chamado por Deus?
Que ele era uma criança e não sabia
como falar.
2. Qual a primeira visão de Jeremias e o que significava?
Ele viu uma amendoeira que significava que no
tempo certo, os propósitos e o juízo de Deus se cumprem.
3. Qual a reação dos reis de Judá e do povo quando ouviram as palavras de Jeremias?
O hostilizaram e rejeitaram sua palavra.
Inclusive um dos reis jogou seus escritos no fogo desprezando-o.
4.O que aprendemos com a invasão babilônica em Judá?
Que Deus é soberano e usa quem Ele
quer.
5. Deus ouve todas as nossas orações?
Não, há
muitas orações que o Senhor não ouve por diversos motivos, normalmente por
estarem fora da vontade divina ou serem feitas por pessoas que não buscam a
presença de Deus.
Assembléia de Deus / IEADTC