Lição
5 – Neemias: A oração de um construtor
31 de Janeiro de 2021
TEXTO DO DIA
“Estejam,
pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração
do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de
Israel, teus servos[…].” (Ne 1.6)
SÍNTESE
Com
Neemias aprendemos duas valiosas lições: Que a oração é uma ferramenta
indispensável para vencermos os maiores desafios e que precisamos eleger as
prioridades certas em nossas vidas.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
– Ne 6.3 Uma grande obra!
TERÇA
– Jo 15.1-8 Chamados a frutificar
QUARTA
– Ec 3.4 Tempo de sorrir e de chorar
QUINTA
– Lc 6.27,28 Fazei o bem, sempre
SEXTA
– Mt 6.17,18 Jesus e o jejum
SÁBADO
– Is 59.1 O Senhor nos salva e nos ouve
OBJETIVOS
1 MOSTRAR a tristeza de Neemias diante
da miséria do seu povo;
2 DEMONSTRAR a importância do jejum e da
oração;
3 ENFATIZAR os resultados da oração de
Neemias.
INTERAÇÃO
Olá
professor (a), hoje continuaremos desenvolvendo a dica que foi iniciada na aula
passada: A montagem de um arquivo pessoal com ilustrações, gráficos, imagens,
matérias jornalísticas e artigos. O espaço para o arquivo você já preparou
(pode ser virtual ou físico). Agora veremos como coletar os dados.
Nossa
atenção passa a ser como uma “antena captadora” que deve estar sempre ativa
para as informações relevantes. Tudo o que passa por nós e nos chama a atenção
precisa ser captado.
Você poderá estar lendo um site de
notícias ou folheando uma revista de papel e de repente se deparar com uma
notícia que tem uma importância para você. O que fazer? Salve essa informação.
Se for virtual, faça um “print” e depois classifique na pasta adequada. Se for
uma revista física, você poderá fazer uma foto com o celular ou até um recorte.
Mas sempre mantenha esse hábito!
Você verá como, com o passar do
tempo, suas aulas serão ainda mais ricas e repletas de ilustrações relevantes.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Algo
que tocou profundamente o coração de Neemias foi a questão social em Judá e
Jerusalém. A miséria e o sofrimento do povo levaram o copeiro às lágrimas e o
motivou a buscar uma saída para essa questão.
Converse
com os responsáveis pelo departamento de assistência social em sua igreja e
pergunte quais famílias precisam de ajuda e que tipo de intervenção é bem-vinda.
Organize com seus alunos uma forma de ajudar
essas famílias. Preparem tudo com carinho e envolva-os nos mais diversos
detalhes. E permita-os participarem da mobilização no dia em que as famílias
serão assistidas. É uma forma de despertá-los para essa área tão importante,
porém muitas vezes esquecidas em nossos dias.
TEXTO BÍBLICO
Neemias 1.4-11
4
E sucedeu que, ouvindo-me essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por
alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
5
E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o
concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus
mandamentos!
6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e
os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço
perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço
confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu
e a casa de meu pai pecamos.
7
De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os
estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.
8
Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós
transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.
9
E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis;
então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os
ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu
nome.
10
Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força
e com a tua forte mão.
11
Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à
oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o
teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei.
INTRODUÇÃO
No
livro de Neemias encontramos relatos que nos revelam preciosas lições acerca da
oração, da sensibilidade para com a dor do nosso próximo, da disponibilidade em
ajudar a quem precisa, da fidelidade à soberania do Senhor e da integridade do
homem que serve a Deus.
I – A TRISTEZA DE NEEMIAS DIANTE DA MISÉRIA DO SEU
POVO
1. Tempos de reconstrução.
Os tempos
de Neemias e Esdras foram marcados pela reconstrução da identidade de um povo
sofrido, pela renovação espiritual e a retomada da consagração a Deus.
No
livro de Neemias, encontramos o relato acerca dos fatos ligados ao retorno a
Judá no ano de 444 a.C (o terceiro de três retornos sucessivos). Essa história
começa quando o povo de Judá é levado cativo para o exílio e passa a viver um
dos períodos mais tristes de sua longa história. Segundo o relato: “[…] Os
restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em
grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas,
queimadas a fogo” (Ne 1.3).
Jerusalém
é destruída e o povo que ficou em Judá passa a ser cada vez mais humilhado,
explorado e ameaçado pelos povos vizinhos. Não bastasse, entre os próprios
judeus havia aqueles que, por serem mais ricos, exploravam e impunham
sofrimento aos mais pobres e desfavorecidos. As injustiças eram muitas e
traziam grande pesar aos corações dos que serviam ao Senhor e sonhavam com o
retorno à grandiosa e histórica Jerusalém de outrora, agora envolta apenas em
sombras e amargas lembranças. A restauração era uma necessidade latente e o
tempo finalmente havia chegado!
2. Sensibilidade e empatia.
Na Bíblia, os nomes dizem muito acerca de seus
personagens: Neemias, no hebraico, significa “Yahweh [o Senhor] tem compaixão”.
Que preciosa é essa tradução e o seu sentido! Não só o nome, mas o exemplo
deixado por esse homem também impressiona e nos mostra como deve ser um
governante que serve a Deus: Sábio, corajoso, com fé, sensível ao sofrimento
dos próximos, íntegro, determinado, justo e humilde.
Em
um primeiro momento, Neemias poderia ter pensado em sua própria vida, pois como
copeiro do rei, gozava de muito conforto, status e estabilidade. Mas ele era
possuidor de duas qualidades que devem fazer parte da vida de todo crente:
sensibilidade e empatia. A sensibilidade o permitia olhar as coisas que o
cercavam e percebê-las em seus detalhes e nuances atribuindo uma sólida
reflexão acerca delas. Já a empatia lhe dava a capacidade de sentir a dor do
outro e prontamente disponibilizar-se em auxiliá-lo na solução quanto ao
sofrimento pelo qual se está passando.
3. Um mundo que agoniza.
Vivemos
tempos que nos permitem traçar muitos paralelos com o drama presenciado por
Neemias. Na atualidade o mundo também agoniza: Multidões vitimadas pelas
epidemias, a violência urbana amargando índices assustadores, a miséria humana
dilacerando vidas, os abismos socioeconômicos se avolumando cada vez mais e uma
geração inteira vitimada por doenças e males nunca vistos em tais proporções
levando muitos as últimas consequências. Qual nossa postura frente a tudo isso?
Será que conseguimos nos envolver em sensibilidade e empatia tais que nos
permitam sentir a dor dos que sofrem? Como Corpo de Cristo, somos chamados a
ser atuantes mostrando a todas as pessoas que há uma esperança.
II – NEEMIAS ORA E JEJUA EM FAVOR DO SEU POVO
1. “E chorei, e lamentei por alguns dias […] (v.4).”
O irmão de Neemias, Hanani, em uma visita
relatou o sofrimento do povo e a calamidade que assolava Jerusalém. Tal relato
trouxe ao copeiro um profundo pesar, levando-o a chorar muito e lamentar por
alguns dias (Ne 1.4).
Neemias
era um homem de oração e ação, porém, como todo ser humano tinha também o seu
limite emocional, a necessidade de abrir o coração e se permitir chorar.
Hoje
vivemos tempos onde muitos afirmam que o choro e o lamento são sinais de
fraqueza. Um grande engano! Há tempo para o choro e para o sorriso, para o
lamento e para o júbilo (Ec 3.4). Neemias, ao ser confrontado com tão cruel
realidade, não conseguiu se conter: Chorou e lamentou muito. Isso provou o quão
sensível e empático era esse valoroso homem de Deus. Que possamos, semelhantes
a Neemias, também chorar e lamentar as injustiças do mundo que nos cerca, as
dores das pessoas que sofrem e a miséria daqueles que mal tem o que comer (Mt
5.4). Assim como Jesus, que possamos ter nossos corações dilatados ao
sofrimento do próximo e, simplesmente, chorar (Jo 11.32-36). O choro e o
lamento são sinais de que somos sensíveis ao sofrimento do próximo e prontos a
sermos impelidos por Cristo a estender a mão.
2. “[…] e estive jejuando e orando (v. 4).”
Passado o tempo de chorar e lamentar, uma nova etapa se apresenta: É o
tempo de jejuar e orar! A primeira reação foi importante, mas ela tem um tempo
de validade determinado. Há pessoas que passam a vida chorando, se lamentando e
não chegam nunca a lugar nenhum. Passado esse primeiro momento, chegou a vez da
ação e, para um homem de Deus, a verdadeira ação começa com o jejum e a oração.
Durante
as 13 aulas estaremos falando de oração. Mas, agora, vamos falar sobre o jejum?
Como deixar de se alimentar pode influenciar na qualidade da nossa vida espiritual
e o nosso relacionamento com Deus? O motivo é simples: Quando jejuamos,
submetemos nossas vidas a uma dependência total de Deus e passamos a nos
alimentar apenas da ação do Espírito Santo em nosso ser.
Jesus
nos deixou importantes instruções acerca do jejum: “Porém tu, quando jejuares,
unge a cabeça e lava o rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim
a teu Pai, que oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”
(Mt 6.17,18) O jejum é algo íntimo e pessoal e que, preferencialmente, só deve
ser compartilhado com o nosso Deus em oração.
3. Na presença do rei.
Durante a
audiência com o grande Artaxerxes I (464 a 424 a.C), imperador da Pérsia, o
monarca lhe faz uma pergunta: “Que me pedes agora?” (Ne 2.4). Esse fragmento do
texto bíblico revela muito acerca da vida de Neemias: Ele era um homem de
oração! Veja bem: Antes de fazer o seu pedido, o copeiro fez uma pausa. Em uma
fração de segundos ele fez mais uma “pequena oração” e finalmente fez seu
pedido ao rei. Em constante oração, Neemias teve sua trajetória marcada também
por orações espontâneas, revelando uma contínua dependência da direção divina.
Quando
fazemos da oração uma prática constante em nossas vidas, não existem desafios
intransponíveis nem batalhas que não possam ser vencidas. Na presença do
imperador, Neemias teve ousadia para fazer o seu pedido, e fortalecido pelas
orações que fizera antes, a vitória foi certa.
III – OS RESULTADOS DA ORAÇÃO DE NEEMIAS
1. A reposta ao copeiro do rei.
Neemias
abriu o seu coração e fez a sua solicitação ao Imperador Artaxerxes. Após
quatro meses (se considerarmos a cronologia apresentadas no texto sagrado) de
jejum e oração, era chegada a tão esperada hora.
Chegado
o grande dia, o rei olhou a face do simples copeiro e imediatamente
preocupou-se com o semblante triste. Por fim, perguntou: “[…] Por que está
triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de
coração” (Ne 2.2). Neemias faz uma breve oração e abriu o seu coração. Como
servo do Deus altíssimo, fez a sua parte. Já o Senhor Todo Soberano tocou o
coração do imperador e o milagre aconteceu. O rei deu a permissão e colocou
Neemias na função de governador sobre Judá e redigiu os decretos reais que
viabilizariam a construção da obra.
2. Adversidades ao longo do caminho.
Muitas
foram as adversidades encontradas por Neemias. Tanto as nações vizinhas, quanto
a própria comunidade judaica, empreenderam frentes de oposição ao trabalho
realizado por Neemias e os seus trabalhadores.
Tobias
e Sambalate, governadores de Amom e Samaria, inicialmente zombaram de Neemias e
seus ajudantes. Em um segundo momento levantaram uma série de calúnias (Ne
2.10-20) que insinuavam a intenção de rebelião frente ao imperador persa,
Artaxerxes. Qual a resposta de Neemias? Ele simplesmente orava e trabalhava com
ainda mais intensidade! Havia uma grande obra a ser feita (Ne 6.3)! Também
grande dificuldade foi encontrada dentro da própria comunidade judaica: A
ambição dos ricos impunha a dor e o sofrimento aos mais pobres que eram explorados
e humilhados. Neemias combateu ardentemente essas injustiças e agiu com grande
generosidade para com o povo (Ne 5.1-13).
3. “[…] o nosso Deus fizera esta obra” (Ne 6.16).
Após a conclusão da obra, Neemias constatou o quão
impressionados ficaram os seus inimigos com a construção. Nesse momento ele
enfatiza o reconhecimento da edificação como uma obra de Deus. Notemos bem que
ele abre mão de seus méritos e atribui a Deus toda a glória. Sigamos esse
exemplo e tenhamos sempre viva em nossas mentes a convicção de que a “obra” é
de Deus assim como o nosso chamado, a capacitação, as condições e as forças.
Louvado seja o nosso Amado Deus.
Além
do muro, grandes outras restaurações foram realizadas nos tempos de Neemias.
Deus o honrou e o usou de forma poderosa em Judá. Houve também uma grande
reforma religiosa (com a valorosa contribuição de Esdras) renovando o
compromisso do povo pós-exílio com o Senhor.
Neemias
nos ensina com sua vida de oração e comprometimento com a obra de Deus que a
verdadeira adoração não se restringe apenas ao exterior, mas principalmente é
fruto de uma grande transformação no coração daqueles que buscam a Deus em
espírito e em verdade (Jo 4.23).
SUBSÍDIO
“Em
445, o irmão de Neemias, Hanani, e alguns de seus companheiros de viagem
retornaram de Jerusalém (Ne 1.1-3). […] Eles relataram a Neemias a desgraça e a
tristeza que presenciaram em todos os cantos da cidade. Ao ouvir essas
palavras, o coração de Neemias ficou completamente pesaroso, de sorte que
entrou imediatamente em jejum e oração por muitos dias. Ele […] se humilhou
pedindo ao Senhor que ele pudesse encontrar favor diante do rei, e depois disso
fosse dispensado para viajar para Jerusalém na intenção de ser usado por Deus
de alguma forma.
Logo Artaxerxes notou no semblante de seu copeiro uma grande tristeza e
inquiriu dele o motivo. Após ser inteirado de todos os fatos que atribulavam o
espírito de Neemias, o rei autorizou a partida de seu copeiro para a cidade de
Jerusalém e lhe deu cartas reais que garantiam acesso seguro por todas as
províncias além do Eufrates e patrocínio do governo persa para a reconstrução
(Ne 2.7,8). Quando chegou à cidade, Neemias descobriu que a situação era bem
pior do que imaginava. As muralhas e outras estruturas estavam tombadas em
ruínas e os oficiais e administradores de outros distritos foram radicalmente
contrários à reconstrução” (MERRILL, Eugene. História de Israel no Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. pp. 542,544).
CONCLUSÃO
Ao
estudarmos a vida de oração do construtor Neemias, pudemos perceber a
importância em elegermos as prioridades certas para a nossa vida. De todas as
formas possíveis, diversas pessoas tentaram desviar a atenção de Neemias e impedi-lo
de concluir a construção dos muros. Mas o copeiro governador venceu o seu
desafio!
HORA DA REVISÃO
1.
Aponte duas características de Neemias que o habilitavam a perceber o
sofrimento do seu povo.
Sensibilidade e empatia.
2.
O choro e o lamento são sinais de fraqueza? Justifique.
Não, quando acontecem em uma proporção certa são evidências de possuímos bons sentimentos.
3.
O que Neemias fez por quatro meses antes de expor seu problema ao rei?
Orou e jejuou.
4.
Cite algumas das adversidades enfrentadas na reconstrução dos muros.
Oposição dos povos vizinhos e também dos próprios judeus ricos que exploravam o povo.
5.
Segundo Neemias, quem fez a grande obra?
Deus.
Assembléia de Deus / IEADTC